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COLUNISTAS

Nem a Netflix escapou: o imposto brasileiro virou o verdadeiro vilão da temporada

28/10/2025 21h27 | Atualizada em 28/10/2025 21h27 | Por: Maurício Dobiez

A Netflix teve um ano espetacular. Crescimento de 17%, receita recorde, milhões de novos assinantes. Tudo caminhava para mais um final feliz — até o roteiro brasileiro mudar o desfecho.

Na última divulgação de resultados, a empresa revelou uma despesa inesperada de US$ 619 milhões relacionada a uma disputa tributária no Brasil. O impacto foi tão grande que, mesmo com lucros e faturamento em alta, as ações despencaram quase 10% em Wall Street.

O motivo? Um velho conhecido de quem empreende por aqui: a CIDE-Tecnologia, contribuição federal cobrada sobre remessas de serviços e tecnologia para o exterior. Na prática, o Brasil entendeu que a Netflix deveria pagar imposto sobre boa parte do que envia à sua matriz — e a conta veio retroativa.

Quando o sucesso vira punição

É curioso observar como, no Brasil, crescer é quase uma provocação ao sistema tributário.

Empresas de tecnologia, inovação e streaming são celebradas pela capacidade de gerar valor, mas logo descobrem que, no nosso enredo, quem fatura mais também atrai mais burocracia, interpretações duvidosas e surpresas fiscais.

O caso da Netflix mostra o custo de operar em um país que ainda trata o contribuinte como inimigo. O imposto não é o problema — o problema é a imprevisibilidade, a insegurança jurídica e a falta de coerência entre o que o Estado cobra e o que entrega.

O reflexo no mercado

Quando uma gigante global é surpreendida por uma cobrança retroativa de centenas de milhões, o recado para investidores é claro:

“Se até a Netflix sofre com a confusão tributária brasileira, imagine o pequeno empresário.”

E é isso que derruba a confiança, afasta investimentos e trava o crescimento. O Brasil precisa entender que segurança jurídica não é luxo — é o mínimo para quem quer empreender e gerar riqueza.

No fim das contas

O imposto é necessário. O que não é aceitável é o roteiro de terror fiscal que empresas enfrentam por aqui.

O caso da Netflix é simbólico: mostra que nem o gigante do streaming escapou do nosso labirinto tributário.

E se até quem tem bilhão em caixa sofre para entender o fisco brasileiro, que dirá o empreendedor que tenta sobreviver com um CNPJ e um sonho.

Lição para o Brasil

“Enquanto o Estado enxergar arrecadação como fim — e não como meio —, sempre teremos histórias de sucesso interrompidas pela burocracia.”

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