A Comissão de Investigação na Câmara de Vereadores de Capivari de Baixo só foi possível graças à falta de diálogo do Executivo com o Legislativo. Em vez de “neutralizar” os vereadores que são contra sua gestão, o prefeito Claudir Bitencourt (PL) deu força. Começou pela escolha, bem questionável, do seu líder de governo. Ganhar a eleição dizendo que “queria passar a cidade a limpo” e indicar ao cargo um vereador do partido da ex-prefeita não soa uma estratégia muito inteligente. Os edis que deveriam defender mal sabem se comunicar. Secretária de Educação, coitada, quando foi ao Legislativo, apanhou sem conseguir se defender e sem ter quem a defendesse. Parece muito com o começo de mandato do ex-governador Moisés, que queria se mostrar independente e, depois, ficou de “cócoras” pro Legislativo para ter a tal governabilidade. A CPI é política, qualquer prefeito que tivesse o mínimo de capacidade de diálogo conseguiria se safar. O afastamento é exagerado? É claro. É o preço que se paga pela falta de jogo de cintura. Meu pai sempre disse: “política é a arte de engolir sapos”. Quem não engole ao menos uns girininhos, se dá muito mal. 

Julio Garcia e a APAE 

O deputado estadual Julio Garcia sempre teve carinho especial pelas Apaes. Foi autor de uma lei que deu mais autonomia financeira às entidades. Inclusive o PL tem seu nome. Nas últimas semanas destinou alguns milhões em emendas aos apaeanos. A novidade, agora, é que a sonhada nova sede em Tubarão pode sair do papel graças a uma ajudinha do parlamentar. O projeto está orçado em R$ 10 milhões. Tomara que dê certo!

Inacreditável     

Dos mais de R$ 3 milhões que poderiam ser destinados a projetos sociais através do imposto de renda, até o dia 2 de maio, apenas R$ 42 mil havia sido captados. Isso mesmo. Não foi erro de digitação. De R$ 3 milhões, apenas R$ 42 mil. É o recado que a população dá às entidades sociais: “preferimos mandar grana pra Brasília, para manter gastança de presidente, primeira-dama, regalias no Congresso etc. a mandar para Combentu, Apae, Vida e Arte e por aí vai”. Beira o egoísmo. 

Mais um recorde de Lula

As despesas da União com diárias, passagens e locomoção somaram R$ 789,1 milhões no 1º trimestre de 2025, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. A alta real – descontada a inflação – foi de 29,1% ante o mesmo período em 2024, quando os gastos totalizaram R$ 611 milhões. As cifras ultrapassaram o período Dilma, que eram as maiores registradas até então. A despesa com viagens totalizou R$ 2 bilhões nos três primeiros meses de 2023, 2024 e 2025 e é 52,1% maior do que a quantia paga durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), com R$ 1,3 bilhão.