Muito se fala nos gastos exagerados de vereadores, prefeitos, governadores e presidente, mas há um mal que passa batido, quase imperceptível: a elite do funcionalismo. Nós, cidadãos, assistimos passivamente essa galera meter a mão nos nossos bolsos, sem dó. Em SC, em breve, deputados aprovarão “pacote da farra”, “pacote do deboche”, de autoria do governo Jorginho Mello (PL), que concede a esta casta uma série de privilégios injustificáveis, um deles uma verdadeira indecência. Licença compensatória de um dia, a cada três trabalhados, com um detalhe: caso auditores fiscais, procuradores, promotores, funcionários do TCE etc. não gozem a folga, poderão receber indenização do benefício que eles não deveriam ter. É uma mamata. O presidente da CCJ, deputado estadual Pepê Collaço, o presidente da Comissão de Finanças, deputado Marcos Vieira (esse nem espero muito, dos mais fisiologistas do parlamento), e o presidente da Comissão de Trabalho, Ivan Naatz (sim, aquele que sempre foi da ‘canhota’ e hoje virou bolsonarista de ocasião), deveriam colocar PLs como esse na gaveta mais funda da Alesc, pra que nunca fosse pra frente, porém, sabemos que o sistema é podre e nós somos trouxas. Pagaremos a conta bem quietinhos.
Carlos Bolsonaro
Pesquisa ND Mais/Neokemp aponta que 52% dos eleitores catarinenses não votariam em Carlos Bolsonaro, já 34% votariam. Na eleição de 2018, foram 13 candidatos, e os eleitos, Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR), venceram com aproximadamente 18% dos votos. Com possibilidade de duas opções, as chances do filho 02 do ex-presidente Bolsonaro são reais. Se Amin for candidato na chapa encabeçada por João Rodrigues (PSD), Carol de Toni (PL) precisa ficar esperta. Do clã Bolsonaro, Eduardo, Flávio e Michelle lideram as pesquisas em SP, RJ e DF, respectivamente. Renan deve conseguir se eleger deputado federal em SC. Pelo andar da carruagem, Jair vai virar “dono de casa” e cuidar da caçula, única não eleita (ainda).
“Casal Esbanja”
Despesas do governo Lula (PT) com viagens em 2025 dispararam para R$ 764,5 milhões, até sexta, dia 11. Segundo o Portal da Transparência, a administração petista torrou quase R$ 100 milhões em duas semanas, entre 27 de junho e 11 de julho. É o maior ritmo de gastos com passagens e – principalmente – diárias desde 2024, quando o governo gastou o maior valor da História com viagens: R$ 2,36 bilhões. Nessa conta não estão inclusos os hotéis caríssimos, carros de luxo etc. O jeito é chupar uma jabuticaba pra desestressar.
Penacho em todas
O vice-prefeito de Armazém, Guilherme Penacho (PL), tem sido o “arroz de festa” nos eventos políticos da região, em especial os que contam com a presença do prefeito de Tubarão, Estêner Soratto. O silêncio de Beto Martins tem aberto espaços para 2026, e o armazenense trabalha muito para ser o nome. Dos nomes postos, penso que o que teria mais dificuldade num pleito a deputado estadual é justamente o do Penacho. Por outro lado, politicamente falando, ele tem sido o que mais tem trabalhado pra conquistar o posto de “candidato do PL”. Com oito prefeitos, dezenas de vices e vereadores, o partido não pode se dar ao luxo de não eleger um representante.
No Capiva, o prefeito Claudir Bitencourt (PL) não teve vida fácil nos primeiros 180 dias de governo. Faltou habilidade política para conduzir a relação com o Legislativo e precisou se aliar a um grupo político que fez duras críticas. A oposição, percebendo a fragilidade nessa interlocução e a ineficiência daqueles que deveriam defender a gestão, conseguiu usar as trapalhadas/incoerências como palanque para atacar duramente as ações do alcaide. A aliança com o Progressistas não caiu bem aos olhos da população, muito menos os aliados que ficaram pelo caminho, porém, aparentemente, o chefe do Executivo capivariense conseguiu um pouco de paz. É cedo pra avaliar como bom ou ruim. Agora, o primeiro recorte é desanimador/constrangedor. Ah, nem preciso falar que a tal caixa-preta não será aberta, auditoria alguma será feita.
Expedito candidato
Em entrevista ao amigo e analista político Haroldo Oliveira Silva, o Dura, o reitor da Fucap, Expedito Michels, confirmou a pré-candidatura a deputado estadual pelo Republicanos em 2026. A história do partido em SC mostra que a sigla sempre trabalhou para eleger o pastor Sérgio Motta, agora a coisa mudou. O deputado federal “melancia” Jorge Goetten (aquele alinhadíssimo com o governo Lula), presidente do diretório estadual, quer democratizar as candidaturas, e outros nomes fortes poderão concorrer pela sigla. Expedito tem chance? Difícil, mas se o Republicanos beliscar uma segunda cadeira na Alesc, imagino que aquele que fizer 15, 20 mil votos possa conseguir uma eleição. Num universo de 300 mil eleitores (Amurel) é impossível? Não. O “Trump da Amurel” só precisa mudar consideravelmente seu marketing, e não tô falando de incluir sua foto nos outdoors da faculdade. É muito mais que isso.
Jorginho, o candidato do PT
Os deputados do PT Pedro Uczai e Ana Paula Lima entraram com um pedido para a Procuradoria-Geral investigar a fala do governador Jorginho Mello, que fez uma brincadeira em um encontro de governadores, insinuando uma separação do Sul ao resto do país. O problema para os petistas é que o catarinense adora falas como aquela justamente porque produzimos muito e recebemos uma mixaria do governo federal. Não sei quem tá orientando os parlamentares, mas tão dando mais munição política para o Jorginho. Às vezes parece que eles são aliados da direita, tamanha burrice nas estratégias de comunicação aqui no Estado. Uma piadoca, que tinha passado batido, vai dar mais popularidade ao governador, graças aos seus cabos eleitorais do Partido dos Trabalhadores.
Exoneração
Beto Kuerten Marcelino, chefe de gabinete do deputado estadual Julio Garcia, pediu a exoneração do cargo nesta semana. Segundo informações, ele quer se dedicar à sua pré-candidatura como deputado estadual e decidiu deixar o cargo na Alesc. Porém, é uma justificativa que não dá pra engolir, já que, pra pensar em uma eleição, Beto precisaria colar sua imagem à do presidente Julio Garcia. Além de Beto, Allan Prudêncio, que foi candidato a prefeito na última eleição em Braço do Norte, e o candidato a vice Filippi Muy também estavam lotados no gabinete do deputado e pediram exoneração.
É impossível avaliar um governo de primeiro mandato com apenas seis meses, porém, é razoável levantar alguns pontos que se destacaram (positivos ou negativos) nesses 180 dias. Em Tubarão, o Governo Soratto/Matiola não conseguiu tirar a UPA 24 horas no prazo estipulado. “Ah, mas o governo anterior não fez os encaminhamentos necessários e blá blá blá.” A gestão anterior faz parte da atual, cara pálida. Inclusive o ex-prefeito Jairo Cascaes (PSD) foi nomeado para um dos cargos mais almejados pela classe política da região. Não acho que tenha sido falta de trabalho, porém, foi prometido (não por mim, pelos atuais gestores). E, sinceramente, isso não me assusta, porque sei que a unidade vai sair do papel, afinal, foi a principal bandeira levantada pelo então candidato Estêner Soratto (PL), e ele está empenhado nisso.
O que me espanta é que problemas na saúde, que há muito não se reclamava, como filas na madrugada pra pegar fichas de exames e consultas e falta de alguns medicamentos, têm sido frequentes. Sem a UPA conseguimos viver mais de 14 anos, sem esses serviços não. A zeladoria tem funcionado muito bem (limpeza urbana, poda de árvores, pinturas etc.), já a coleta de lixo não, ainda está devendo muito pelo alto valor que pagamos. Diria que o ponto alto do atual governo tem sido a abordagem social. Secretaria Heloísa Cabral e sua equipe têm feito um trabalho inédito na Cidade Azul. Muitos moradores de rua recebendo a oportunidade de uma vida nova, e os “fios desencapados” sendo encaminhados às suas cidades de origem.
Prospecção para o futuro
Penso que com a grana enviada pelo governo de SC, emendas parlamentares e economia com enxugamento da máquina e revisão de contratos (só na educação, cerca de R$ 5 milhões/ano com a nova política de vagas em creches), o próximo ano será mais positivo para a gestão Soratto/Matiola.
Pesquisa Datafolha
Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, neste final de semana, mostra que quase 60% dos brasileiros sentem vergonha do STF, dos deputados e senadores e do governo Lula. Vindo de tal organização, com viés claro de esquerda e que errou muito nas últimas eleições, podemos admitir que os percentuais cheguem a 70%. Ah, evidente que a empresa não fez o recorte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, pois certamente os números seriam mais vergonhosos e afetariam ainda mais a imagem do “sistema”.
Nós, coroas, estamos por cima em SC
Pesquisa do site de relacionamento MeuPatrocínio mostra que em SC 75% das mulheres da Geração Z, que têm entre 18 e 29 anos, veem mais benefícios em se relacionar com homens das gerações X e Y do que com os da sua própria geração. Entre eles, os nascidos entre o início da década de 1980 e meados de 1990, que estão na faixa dos 35 e 40 anos, saem à frente: a geração Y, ou os Millennials, é a preferida de 52% das entrevistadas catarinenses.
Bati um papo, na última semana, com o prefeito de Pedras Grandes, Agnaldo Filippi (PP), e ele expôs uma ideia que defende há duas décadas: o projeto de um canal extravasor nas bacias dos rios Tubarão e Capivari. Segundo o alcaide, seria uma solução inovadora para as cheias da região. A ideia consiste na criação de um gigantesco “depósito”, com capacidade de conter (armazenar) até 80 milhões/m³ de água. Ficaria entre a Madre e a Lagoa Santo Antônio dos Anjos. Em caso de cheias na região, comportas e bombas auxiliariam no controle das águas. Em situações normais, o canal poderia ser utilizado para prática de esportes náuticos e aquicultura. Para Agnaldo, a execução seria mais barata que a redragagem do Rio Tubarão e mais útil ao turismo e economia regional. Essas estruturas são muito utilizadas nos sistemas de drenagem em São Paulo, em locais propensos a enchentes, fazendo com que a água seja direcionada a locais seguros. “Antes de contratar a empresa que fará a redragagem, seria prudente ter um projeto para o canal extravasor”, concluiu Agnaldo Filippi.
Portais da transparência
O Ministério Público Público de Santa Catarina, que é tão célere em alguns temas e tão moroso em outros, poderia dar uma “espiada” nos portais da transparência de câmaras e prefeituras da região. Um show de falta de informação ou dados publicados em abas erradas, parecendo querer esconder ou não divulgar alguns gastos. Aliás, tenho uma dúvida. Por que só uma empresa de software é responsável por 90% dos portais da região? É quase um monopólio por um serviço bem meia-boca.
Indústria das consultorias
Um vereador capivariense confidenciou que uma empresa de consultoria seria contratada para fazer a revisão da lei orgânica da cidade. Quer dizer, um vereador é eleito para esse trabalho, recebe por isso, pode contratar inúmeros assessores para auxiliá-lo no processo e quer contratar uma empresa para terceirizar um serviço que deveria ser feito por ele ou sua equipe. No fim, pagamos os nobres edis e seus aspones para colocarem nomes de rua, falar de um buraco ou outro nas estradas e por aí vai. Legislar pra quê? Se precisar criar ou modificar leis – ou fiscalizar – contrata-se uma firma ou uma auditoria. Justiça seja feita: essa farra na contratação de empresas de assessoria, consultoria e auditoria acontece em praticamente todas as cidades da região. Até gostaria da ideia se pudéssemos substituir os políticos incompetentes por esses serviços contratados.
Artistas desistiram de salvar a Amazônia?
Em 2024, o Brasil registrou incêndios em uma área de 30 milhões de hectares, o equivalente a 3,5% do território nacional. Os dados são do Relatório Anual de Fogo (RAF), divulgado pelo MapBiomas, com base em imagens de satélite. O número representa aumento de 10% em relação ao ano anterior. Essa foi a segunda maior extensão que o fogo alcançou nos últimos 40 anos, ficando 62% acima da média para o período entre 1985 e 2024, como aponta o MapBiomas.
Em entrevista ao Jornal Hora Hiper, nesta terça-feira, dia 17, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, não disse “dessa água não beberei” para o pleito de 2026. Em 2018, o delegado foi candidato e obteve mais de 28 mil votos. Tem feito o “bambu roncar” com um trabalho de prevenção e combate ao crime, o que tem o aproximado do governador Jorginho Mello. Dois delegados eleitos em 2022 não disputarão ano que vem (Egídio, eleito prefeito de Blumenau, e Maurício Eskudlark, que deve se aposentar). Nessa sanha de justiça que vive a população e a pauta da segurança cada vez mais em evidência, não tem como descartar o chefe da Polícia Civil catarinense.
Carlos Bolsonaro?
É um ultraje ao catarinense forçar o filho do ex-presidente Bolsonaro, vereador carioca Carlos Bolsonaro, como candidato ao Senado por SC. Evidentemente que o catarinense tem um viés de direita e a eleição de 2026 é extremamente importante, pois renovará dois terços da “Casa Alta”. Agora, o Estado tem nomes bons suficientes. Perder uma sumidade política como o senador Esperidião Amin (Progressistas), conhecedor das entranhas de Brasília e respeitado por todas as vertentes políticas do Brasil, por um mero desejo da família é sacanagem. A própria Júlia Zanatta merecia esse reconhecimento. Não sei se o catarinense vai engolir essa forçação de barra.
Polêmica das bolsas
Era bem óbvio que o programa Universidade Gratuita seria “discriminatório” com a Amurel, afinal não temos nenhuma entidade comunitária. Questionei à época os deputados da região sobre isso, afinal Unisul e Fucap (as duas maiores da região) são privadas. Fingiram não me ouvir. Agora vem o discurso fácil e bonitinho: “a Unisul não é de Tubarão, foi vítima das péssimas administrações e blá blá blá”. Talvez outras universidades estariam na mesma situação da Unisul, se não fosse a benevolência do governo de SC com o programa. A realidade é: das 450 bolsas disponibilizadas em 2024, apenas 105 foram confirmadas em 2025. Não é meia dúzia como disse o governador e não vejo os tais representantes do povo se manifestarem.
A gastança não para
Uma semana após Lula desembarcar de luxuoso tour por Paris (França), onde só a hospedagem da enorme comitiva custou mais de R$ 1,2 milhão, conforme revelou a coluna, a nova viagem internacional do petista já custou aos pagadores de impostos mais R$ 1,3 milhão só com aluguel de limosines e carrões de luxo para assessores. Somada a fatura de R$ 974,4 mil pelo mesmo serviço na capital francesa, o gasto com carrões para transportar Lula bate na casa dos R$ 2,3 milhões. A gastança é para atender a agenda do presidente como coadjuvante do G7 no Canadá, cuja duração nem chega a 24 horas.
Política
Nunca ‘café com leite’, sempre contundente. Esta é receita imbatível de Niltinho Veronesi para a sua coluna política, que destrincha os bastidores e traz ao público informações exclusivas, sempre com sua opinião firme e irreverente