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COLUNISTAS

O favorito e a disputa por Moisés

08/08/2023 20h46 | Atualizada em 08/08/2023 20h46 | Por: Willian Reis
Willian Reis/Folha Regional

“Missão cumprida”, disse o vereador Maurício da Silva (PP) ainda no plenário, cumprimentando com aperto de mãos alguns de seus colegas, sentados nas cadeiras ao lado da sua, no final da sessão extraordinária desta segunda-feira, dia 7, que elegeu por meio de votação indireta os novos ocupantes do Poder Executivo de Tubarão.

Foi uma noite histórica, de casa cheia na Câmara, porque afinal não é sempre que os vereadores são obrigados a se reunir para eleger prefeito e vice após a renúncia dos titulares do cargo, como aconteceu em Tubarão com a saída de Joares Ponticelli e Caio Tokarski, tornados réus na Operação Mensageiro – e turbulenta, na medida do possível, inclusive com o prenúncio do início da tarde de que a disputa pudesse virar briga na justiça com um pedido de liminar para sua suspensão, que não avançou.

Antes mesmo da votação, ainda na sessão ordinária, quando se debatia um projeto alheio à eleição indireta, o plenário assistiu a alguns embates entre Nilton de Campos e José Luiz Tancredo, já logo cedo desferindo sua saraivada de críticas ao governo.

Por ter sido uma eleição indireta, matemática, decidida entre 15 vereadores, com uma Câmara alinhada ao governo, tinha-se como certo, desde o início, o favoritismo de Jairo Cascaes, até pouco tempo secretário de Gestão no governo Ponticelli. Mas é que o jogo só termina quando acaba… Até mesmo o próprio Jairo Cascaes, dias antes, em um evento que reuniu caciques de peso do PSD, não escondia a ansiedade com a possibilidade, cada vez mais real, de se tornar prefeito, ainda que para um mandato-tampão. Calculava então 10 votos, o que de fato se confirmou nesta segunda-feira, mas mantinha um pé atrás e os olhos bem abertos. “Muita coisa pode mudar”, comentou naquela reunião do partido de dias atrás.

De volta ao futebol, um jogador daqueles marrentos, provocadores, diria que “deu a lógica”. Em uma eleição decidida entre vereadores venceu a chapa da situação em uma Câmara onde o governo tem maioria. Deu a lógica, mas isso não quer dizer que não houve articulação e que tudo teria se dado de forma natural. José Luiz Tancredo, ao anunciar seu voto, mas já reconhecendo a derrota, citou a articulação vitoriosa do consultor político Laércio Menegaz Júnior.

Fora do plenário, apoiadores da chapa de oposição assistiam à sessão em um telão. No início da noite eles também já davam como certa a vitória de Jairo Cascaes. Houve entre eles quem dissesse que faltou a Tancredo trazer para si Moisés Nunes, para tê-lo como vice e assim formar uma chapa, segundo eles, com mais chance de derrotar a situação. Moisés Nunes, geralmente discreto na Câmara, foi alçado a um papel de destaque. Depois de eleito, Jairo Cascaes só começou a sua entrevista coletiva, diante do batalhão de repórteres, com o vice ao lado.

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