Salvaro usou suas redes sociais para se pronunciar sobre a operação que determinou 10 mandados de prisão preventiva nesta terça-feira
O prefeito de Criciúma usou suas redes sociais para se manifestar sobre a operação Caronte, que determinou mandado de prisão preventiva contra ele e mais nove pessoas.
Os envolvidos foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.
Em vídeo, Salvaro afirma que esta é mais uma prisão política e cita o nome do governador Jorginho Mello. “A política faz tua família sofrer, ontem mesmo mandei uma mensagem ao governador. Tenho certeza da minha inocência, não há nada que possa me incriminar. Não adianta usar a tua força Jorginho, porque tu vai perder a eleição aqui”, afirma.
Assista:
A prefeitura de Criciúma emitiu uma nota afirmando que até o momento não foi comunicada oficialmente acerca dos fatos veiculados na mídia em geral, envolvendo o Prefeito Clésio Salvaro. “A Administração Pública do Município de Criciúma, por meio da Procuradoria-Geral, informa que, até o presente momento, não foi comunicada oficialmente acerca dos fatos veiculados na mídia em geral, envolvendo o Prefeito Clésio Salvaro. Maiores informações advirão conforme o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), acionar o Município. Reforçamos que todos os serviços públicos municipais permanecem sendo prestados normalmente”, diz.
O PSD estadual e de Criciúma também se manifestou sobre a prisão de Salvaro. “O PSD de Santa Catarina e o PSD de Criciúma acompanham com atenção a prisão de um dos seus grandes líderes, Prefeito Clésio Salvaro, com uma administração muito bem avaliada pela população. O ato ocorre faltando poucos dias para a eleição municipal. Não queremos crer em qualquer interferência política nesta decisão, o Partido aguarda e confia na justiça em todas suas instâncias.”
Operação Caronte
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro está entre os novos presos de forma preventiva na "Operação Caronte" que cumpre na manhã desta terça-feira, dia 3, novas ordens judiciais expedidas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) nas cidades de Criciúma, Florianópolis, Jaraguá do Sul e São José. Ao todo, foram 10 mandados de prisões preventivas. A operação é em apoio à Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, o GEAC (Grupo Especial Anticorrupção) e o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas).
Após a deflagração da Operação Caronte, no dia 5 de agosto, as investigações foram concluídas pelo MPSC, com análise das provas e coleta de 38 depoimentos pelos integrantes dos Grupos GEAC e GAECO.
Os envolvidos foram, então, denunciados, no dia 20 de agosto, pelos crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.
O grupo, composto por empresários e agentes públicos, é demandado nos Autos n° 5050695-87.2024.8.24.0000, que tramitam sem sigilo no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Na primeira fase, foram presos 7 investigados. Com o cumprimento das prisões no dia de hoje, agora todos os 17 integrantes da organização criminosa encontram-se presos preventivamente. Os presos foram submetidos a exame de corpo de delito e levados para o sistema prisional, onde aguardarão audiência de custódia nos locais onde ocorreram as prisões.
Intitulada "Operação Caronte", o nome faz alusão ao barqueiro de Hades (mitologia grega), que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio Estige e Aquerante, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Aqueles que não tinham condições de pagar certa quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos.
GAECO e GEAC
O GAECO é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão¿às organizações criminosas.
O GEAC é um grupo de membros do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que atuam em investigações e ações judiciais de combate à corrupção, cujos fatos revelem maior gravidade ou complexidade.