Pré-candidato a prefeito pelo PL, o deputado Estêner Soratto fala sobre seus projetos para disputar as eleições municipais de 6 de outubro
A Folha Regional deu início na última semana a uma série de entrevistas com pré-candidatos a prefeito na Amurel. Nesta edição o entrevistado é o pré-candidato por Tubarão Estêner Soratto da Silva Júnior (PL).
O advogado ocupa uma cadeira na Assembleia Legislativa como deputado. Já atuou como vereador, secretário municipal e estadual e há poucos meses exerceu a função de secretário da Casa Civil do governador Jorginho Mello.
Soratto é o coordenador regional do PL na Amurel. Seu pai, Estêner Soratto, foi prefeito de Tubarão entre 1989 e 1992.
Aqui, Soratto detalha seus projetos para Tubarão e as articulações para a disputa das eleições.
Folha Regional: O que levou a abrir mão do cargo de deputado e se colocar à disposição como pré-candidato a prefeito?
Estêner Soratto: Eu sempre tive a vontade de ser prefeito de Tubarão, me preparo para isso desde que escolhi minha profissão como advogado. Vejo que nossa cidade perdeu muito com os acontecimentos na última gestão e acredito que posso fazer com que a cidade volte a ter o protagonismo que ela merece aqui na Amurel. Tubarão hoje enfrenta dificuldades financeiras, de infraestrutura e ter alguém com porta aberta como eu tenho com o governo do Estado e também com a Assembleia Legislativa faz com que eu fique ainda mais motivado para a eleição.
Folha Regional: Como estão as articulações com os outros partidos? Há possibilidade de coligação com quais?
Estêner Soratto: O PL teve a vinda de importantes lideranças como o presidente da Copagro, Dionísio Bressan, e conseguimos construir uma excelente nominata de pré-candidatos a vereadores. Isso nos dá condição, se preciso for, de sair em chapa pura, mas estamos conversando com outros partidos que têm o mesmo pensamento que o nosso, como o MDB, temos conversas com o União Brasil, com o PSD, que são partidos que já manifestaram essa mesma intenção de realmente fazer um grande choque de gestão em Tubarão. O Podemos também foi um dos partidos que a gente já conversou.
Folha Regional: O senhor é filiado ao PL e apoiador do Bolsonaro. Acha que o bolsonarismo deve ser decisivo na eleição municipal?
Estêner Soratto: O brasileiro busca cada vez mais valorizar a família, respeitar nossa pátria, ter liberdade e cada vez mais estamos procurando Deus, cada um da sua forma. Esses são os valores do PL, do bolsonarismo e acredito que vai ter influência sim, talvez não no tamanho que teve na eleição estadual, mas terá influência, principalmente porque somos de um Estado bastante conservador.
Folha Regional: Uma das grandes reclamações na cidade é a qualidade das estradas. Quais seus projetos para resolver esse problema? De onde seriam obtidos os recursos?
Estêner Soratto: Hoje mais da metade da nossa malha viária está esburacada e o próximo prefeito vai ter que fazer um grande projeto de revitalização dessas vias. Em razão da dificuldade financeira que Tubarão se encontra, por conta que já foi tomado um empréstimo bastante significativo na gestão anterior, não permitindo que o município busque recursos numa instituição financeira, nós só temos uma saída, que é buscar ajuda do governo do Estado. É impressionante como temos asfaltos novos que já precisam de manutenção e um dos nossos projetos é firmar uma parceria com o CREA, a ÁREA-TB e Unisul, para nos ajudarem na fiscalização das obras públicas.
Folha Regional: Como você acha que as pessoas avaliam sua saída do cargo de deputado após a campanha Voto pela Amurel para disputar a prefeitura?
Estêner Soratto: Hoje eu tenho a certeza de que Tubarão pode ter um prefeito com muita experiência na questão estadual, por ter sido deputado. Tenho um relacionamento fantástico na Assembleia Legislativa, no governo do Estado. Acredito que terei portas abertas em cada uma das secretarias. A história mostra que aqueles deputados que vieram para ser candidatos a prefeito nas suas cidades fizeram grandes administrações, e eu quero trazer isso para Tubarão. Também estamos trabalhando para eleger prefeitos nos municípios da Amurel pelo PL e assim continuaremos com grande representação e acesso ao governo do Estado.
Folha Regional: Como vê operações recentes na cidade, como a Mensageiro, que levaram à renúncia de Joares e Caio? De que forma isso pode impactar nas articulações para este ano e no próprio resultado da eleição?
Estêner Soratto: Esses escândalos de corrupção realmente jogaram a cidade para baixo. Agora temos que virar essa página, deixar com a justiça, erguer a cabeça, trabalhar e transformar tudo isso em boas ações para a nossa cidade. Queremos fazer uma administração com muita responsabilidade, transparência, cuidando realmente do dinheiro do cidadão, acho que é dessa forma que vamos conseguir resgatar a autoestima do tubaronense.
Folha Regional: A gestão anterior contraiu dois financiamentos do Finisa que devem levar cerca de 10 anos para quitação. Como vê essa questão? Ajuda na execução das obras ou pode comprometer o caixa do município e as ações do próximo governante?
Estêner Soratto: O próximo prefeito vai ter que fazer um grande plano de ajuste fiscal, reduzindo despesas. A prefeitura devia em 2017 R$ 237 milhões, hoje ela deve aproximadamente R$ 600 milhões. Foi um crescimento exponencial para um período curto. Vamos ter que enfrentar isso com muita economia, mas também pedindo recurso para o governo do Estado, para o governo federal, encontrando recursos principalmente a fundo perdido para fazer as obras de que Tubarão necessita. Os financiamentos já estão feitos, já estão utilizados, não tem como se negar a pagar.
Folha Regional: Um dos temas mais debatidos em Tubarão desde 1974 é a redragagem do Rio Tubarão. De que forma pretende atuar para que essa obra aconteça e minimize os riscos de cheias na cidade?
Estêner Soratto: Só a redragagem não vai resolver as cheias em Tubarão. Temos que atuar em três frentes: microdrenagem, macrodrenagem e a redragagem. Na questão da redragagem, foi feita parceria entre Estado e UFSC para atualizar o projeto. Precisamos buscar ainda outras soluções, como aproveitar o material que for retirado do rio para comercializar e garantir mais recurso para investimentos.