Engenheiros, arquitetos, gestores públicos e estudantes, debateram sobre leis e normas técnicas que precisam ser observadas na realização e aprovação de projetos de acessibilidade em edificações
Transitar por vias e calçadas nas áreas centrais de Tubarão e região, tem sido um desafio constante para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. A falta de infraestrutura adequada nas edificações públicas e privadas chama atenção de profissionais do setor, que buscam conhecer as normas para as adequações necessárias.
Nesse contexto, a Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos Vale do Rio Tubarão (AREA-TB) promoveu uma capacitação aberta a profissionais da engenharia, arquitetura, estudantes, técnicos e gestores públicos da região da Amurel.
Mais de 60 profissionais se reuniram no auditório da associação em Tubarão, nesta segunda-feira, dia 14, para participar de um momento de troca de conhecimento com o palestrante, o engenheiro civil especialista em Acessibilidade Daniel Faganello, Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-SC).
O evento debateu sobre edificações existentes e a atualização das normas que regem a acessibilidade, destacando a sinalização de pisos táteis e como executar os passeios públicos e travessias garantindo a acessibilidade dentro da mobilidade urbana.
O grupo ainda participou de uma oficina prática, circulando pela Avenida Marcolino Martins Cabral para analisar in loco a situação das calçadas. “Cada cidade tem uma característica, mas vejo que Tubarão, até pela situação de relevo, precisa fazer adequações”, destacou o palestrante.
Cidades da região buscam adequações em acessibilidade
A capacitação sobre acessibilidade em edificações reuniu profissionais de toda a região da Amurel, que buscam aprimorar o conhecimento para encontrar soluções em seus municípios.
A engenheira civil da Secretaria de Planejamento da prefeitura de Laguna Cristina Michels Godinho, participou do evento e destacou a importância das adequações. “Laguna precisa melhorar muito em acessibilidade”. Tanto em prédios públicos quanto passeios e ruas. Temos que reorganizar nossa cidade e participamos do curso justamente para buscar conhecimento técnico e levarmos alternativas à prefeitura. O prefeito é bem aberto para essas questões e queremos discutir o tema”, comenta.
A engenheira destaca que o município conta com o Centro Histórico, com edificações tombadas, o que torna a acessibilidade ainda mais complexa nesses espaços. “Viemos buscar a opinião e conhecimento dos especialistas para avaliarmos como podemos melhorar a acessibilidade no nosso município”, complementa.
A arquiteta e Urbanista da prefeitura de Imbituba, Claudia Ferreira, também esteve no evento e reforçou a importância desse momento de troca de conhecimento entre os profissionais. “Meu objetivo aqui era buscar esclarecimentos sobre como aprimorar a acessibilidade. Imbituba, assim como todas as cidades, tem muito a melhorar e precisamos treinar o olhar das pessoas para entendermos que é cada vez mais essencial pensarmos em inclusão e acessibilidade”, diz.
Cartilha deve ser elaborada para adequações na Amurel
Na área de projetos, a acessibilidade em obras tem se tornado um tema cada vez mais relevante e necessário. Para garantir a aplicação da acessibilidade dentro dos municípios da região, durante o evento, os participantes sugeriram que a Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos Vale do Rio Tubarão (AREA-TB) em conjunto com a Amurel, elaborassem uma “Cartilha de Acessibilidade”, disponibilizando a mesma aos profissionais e gestores públicos de toda a região. “Estamos iniciando essa discussão para a formatação de uma cartilha com características gerais para adequação de passeios públicos, para que todos sigam um padrão e garantam a acessibilidade dentro da mobilidade urbana”, afirma o engenheiro Daniel Faganello.
De acordo com o presidente da AREA-TB, Eng. Civil Carlos Augusto Menezes, a ideia é fazer a Cartilha de Acessibilidade “Amurel Bem Calçada”.
O evento foi realizado pela AREA-TB, em convênio com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), CREA-SC e MÚTUA-SC, com o apoio da Amurel e do Núcleo de Arquitetura da ACIT.