Ex-presidente discursou a apoiadores em evento do PL; afirmou que prioridade é trabalhar por anistia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira, dia 20, não se importar para uma possível condenação por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
“Caguei para prisão”, afirmou durante evento do PL em Brasília. Foi o primeiro discurso de Bolsonaro depois de a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra ele, na terça-feira, dia 18, e mais 33 pessoas.
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Procuradoria-Geral da República denuncia Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado
“O tempo todo isso de vamos prender Bolsonaro. Eu caguei para prisão”, disse durante Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal. A declaração vem dois dias após a PGR denunciar 34 pessoas, entre elas o ex-presidente, pelo suposto plano golpista.
“Estou com a consciência tranquila, não tem nada contra a gente além das narrativas. Agora investiram nessa última de golpe. Geralmente quem dá golpe é quem ganha. Agora o duro é quando você é golpeado e te acusam de dar golpe. Eu estou tranquilo”, afirmou.
O ex-presidente foi um dos denunciados na peça de Gonet, acusado dos seguintes crimes:organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Anistia
Ainda durante sua fala, Bolsonaro voltou a falar que sua “prioridade” é que o Congresso aprove um projeto de lei que anistia condenados por terem participado dos atos criminosos do dia 8 de janeiro de 2023. O presidente também questionou as acusações feitas pela PGR em relação aos ataques à sedes dos três poderes.
“Eu estava lá [nos Estados Unidos] com o Pato Donald e o Mickey e tentei dar o golpe de 8 de janeiro aqui?”, disse o ex-presidente.
Na terça-feira, o ex-mandatário se reuniu com parlamentares da oposição, onde pediu apoio para tentar aprovar o projeto. Atualmente o texto se encontra em uma comissão especial criada para analisar o assunto, que nunca chegou a ter membros ou a funcionar.
De autoria do deputado federal Major Victor Hugo (PL-GO), o projeto prevê que serão anistiados todos os que participaram de atos com motivação política ou eleitoral, ou que os apoiaram com doações, apoio logístico, prestação de serviços ou publicações em mídias sociais entre 8 de janeiro de 2023 e a data de vigência da futura lei.Caso a proposta seja aprovada, ela precisa ser sancionada por Lula, o que é considerado impossível por aliados. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) considera a proposta inconstitucional.
Nas conversas com os dirigentes partidários, Bolsonaro tem alegado que o objetivo é anistiar aqueles que foram condenados a penas duras. As informações são de CNN Brasil.