O presidente detalhou sobre a dívida resultante de ações trabalhistas de 2005
Lysiê Santos/Folha Regional A Fundação InoversaSul sediada em Tubarão esclareceu, nesta quarta-feira, dia 29, questões relacionadas à propriedade de seus imóveis e às medidas adotadas para garantir sua sustentabilidade financeira.
O pronunciamento ocorre após o presidente da Câmara de Tubarão, Felippe Tessmann, comentar em coletiva de imprensa, sobre a possibilidade do Legislativo se instalar em um dos imóveis da Fundação, porém, haveria questões jurídicas a serem analisadas, como uma dívida de mais de R$ 35 milhões resultantes de ações trabalhistas contraídas pela Fundação após acordo com a Unisul/Ânima.
O presidente da Fundação, professor Valter Alves Schmitz Neto, ressaltou que todos os imóveis pertencem integralmente à Fundação, sem qualquer vínculo com a prefeitura de Tubarão ou outro órgão governamental. Ele enfatizou que a Fundação tem total autonomia sobre seu patrimônio, o que tem sido alvo de questionamentos devido a uma ação judicial movida pela prefeitura em relação à posse de um terreno localizado na região do antigo aeroporto, ainda sem decisão judicial.
A Fundação, no entanto, reafirma que todas as suas propriedades foram adquiridas ou recebidas por meio de doações.
R$ 36 milhões em dívida trabalhista
O presidente da InoversaSul também comentou sobre a dívida citada pelo presidente da Câmara. Segundo Valter, a Fundação adotou um conjunto de medidas para equacionar suas contas e garantir estabilidade a longo prazo.
Entre as principais ações, houve a renegociação da dívida trabalhista, contraída em 2021, após as negociações com a Ânima Educação, inicialmente estimada em R$ 60 milhões, mas que, após revisão, foi reduzida para R$ 36 milhões. A ação trabalhista é recorrente ao período de 2005.
O pagamento foi parcelado em três vezes, sendo que a primeira parcela já foi quitada e as próximas duas de R$ 10 milhões estão programadas para janeiro e dezembro de 2026.
Para viabilizar esses pagamentos, a Fundação captou R$ 15 milhões em financiamento bancário e obteve a autorização para a venda de quatro imóveis não operacionais, cujo valor total é estimado em aproximadamente R$ 35 milhões. Esses recursos permitirão a quitação integral das dívidas, garantindo um novo fôlego financeiro à instituição.
Reestruturação e equilíbrio financeiro
Além do equilíbrio fiscal, a Fundação mantém uma sólida receita anual de cerca de R$ 60 milhões e registrou um superavit de R$ 7,8 milhões em 2024. Com esse cenário favorável, a entidade planeja novos investimentos, incluindo a reestruturação do Centro de Convivência Cultural, visando ampliar o atendimento à comunidade, e a revitalização completa do Colégio Dehon, com previsão de conclusão até julho de 2026.
Parceria com a prefeitura
Também está entre as metas o fortalecimento das parcerias com o município em diversas áreas, especialmente na educação e na cultura, reforçando o papel estratégico da Fundação no desenvolvimento da região.
“Desde que assumimos a Fundação não contraímos dívidas ou ações trabalhistas. Reafirmamos nosso compromisso de que não teremos mais esses problemas passados e vamos resgatar a autoestima com novos projetos com transparência e sustentabilidade financeira, assegurando que a instituição continue crescendo e contribuindo para a sociedade de forma responsável e eficiente”, afirma o presidente.
