A denúncia cita episódios em que o ginecologista teria manipulado indevidamente 11 pacientes diferentes durante consultas e exames
No início de março, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um médico ginecologista e obstetra da região serrana, Heron Costa Anderson de Souza, por praticar supostos atos libidinosos com pacientes e pediu sua prisão preventiva para evitar que novos casos aconteçam. Agora, a 1ª Promotoria da Comarca de Lages aguarda a manifestação da Justiça.
A denúncia cita episódios em que o médico teria manipulado indevidamente 11 pacientes diferentes durante consultas e exames em uma clínica particular entre os anos de 2013 e 2024, tocando em suas partes íntimas de forma maliciosa e proferindo comentários extremamente constrangedores.
Os fatos vieram à tona depois que uma das possíveis vítimas decidiu expor a situação publicamente. O caso ganhou repercussão, e outras mulheres também decidiram procurar a polícia para contar o que teriam sofrido enquanto eram atendidas pelo mesmo médico.
Se a denúncia for aceita pelo Poder Judiciário, o ginecologista e obstetra poderá responder por violação sexual mediante fraude. Esse crime está descrito no artigo 215 do Código Penal brasileiro, e a pena prevista é de dois a seis anos de reclusão. A ação penal tramita em segredo de justiça.
Segundo a promotoria, Heron teria tocado nas partes íntimas de suas pacientes maliciosamente, enquanto realizava “comentários extremamente constrangedores”.
Caso o Poder Judiciário acate a denúncia, o ginecologista irá responder por violação sexual mediante fraude. O crime descrito no artigo 215 do Código Penal brasileiro tem pena prevista de dois a seis anos de reclusão. O processo corre em segredo de Justiça.
Para defesa, mulheres interpretaram o médico de forma equivocada
A defesa do médico disse ao ND Mais que recebeu com surpresa a denúncia da promotoria. “O delegado investigou o caso, ouviu profissionais técnicos e optou por não indiciar o médico. Ao entender da defesa, trata-se de uma conduta respaldada pelos manuais da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), afirmou o advogado Diego Rossi Moretti. Para Diego, o médico seguiu uma conduta normal nos atendimentos ginecológicos. “As mulheres podem ter interpretado talvez de forma equivocada”, alega.
CFM afastou o ginecologista
No dia 19 de março, o CFM (Conselho Federal de Medicina), afastou o médico. A decisão de Interdição Cautelar Parcial é assinada pelo presidente do Conselho, José Hiran Gallo, e impede o médico de “atender pacientes do sexo feminino” pelo período de seis meses.
O pedido de interdição foi feito pelo CRM-SC (Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina), sendo aceito pelo Tribunal Superior de Ética Médica. Sobre a decisão do CFM, a defesa do ginecologista de Lages afirmou que “tem certeza que tudo será esclarecido e a verdade será restabelecida”. Com informações do ND Mais.