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COTIDIANO

Quem são os favoritos para suceder o Papa; Conheça os cardeais mais cotados

Próximo Pontífice terá papel de orientar a Igreja em uma época de grandes desafios globais

21/04/2025 15h19 | Por: Redação Folha Regional | Fonte: O Globo
Divulgação/Folha Regional

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica agora se vê diante do processo de escolha de seu novo líder, num ritual conhecido como conclave.

O Colégio Cardinalício, composto por cardeais de todo o mundo, é o responsável por eleger esse sucessor, que assumirá o papel de orientar a Igreja em uma época de grandes desafios globais.

Nas próximas semanas, 135 cardeais eleitores vão se reunir na Capela Sistina para definir quem sucederá o papa Francisco no comando da Igreja Católica. A eleição de um chefe de Estado do Vaticano gera discussões ao redor de nomes considerados fortes candidatos. Há até mesmo um termo italiano para definir esses cardeais: “Papabile” (“papável”, em tradução literal).

Apesar das especulações, existe um ditado popular cauteloso que afirma: “Quem entra no conclave como papa, sai como cardeal”. Ou seja, ser considerado um forte candidato não garante nada.

Tendência histórica dá pistas sobre próximo papa

O vaticanista e doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Filipe Domingues, destaca que, na história recente, a liderança da Igreja Católica costuma alternar entre um papa “mais carismático e midiático” e outro “mais contido”.

“Olha para trás: você tinha o papa João Paulo II, que era muito carismático, fez um pontificado muito longo e fez muitas coisas. O pontificado que se seguiu foi o de Bento XVI, que não foi tão curto, mas foi um papa mais centrado, mais reflexivo”, declarou o diretor do Instituto Católico Lay Centre, com sede em Roma.

Ele aponta que o contraste se repetiu nos perfis, por exemplo, do papa João XXIII, que comandou a Igreja entre 1958 e 1963, e do papa Paulo VI, cujo pontificado durou de 1963 a 1978.

“[O papa João XXIII] foi super dinâmico, falava muito, saía muito, brincava com as pessoas e convocou o Concílio Vaticano II [evento histórico que reformou a Igreja] – e ninguém esperava isso. Depois, veio Paulo VI, que foi um papa mais estadista, mais interiorizado, mais tímido, apesar de também ter feito um pontificado muito importante”, disse Domingues.

Como os cardeais chegam ao conclave após Francisco?

O especialista destaca que, em 2013, quando Francisco foi eleito, o conclave aconteceu em um contexto no qual havia um consenso sobre a necessidade de se aplicar novas reformas na Igreja Católica.

Os atuais cotados para próximo papa

Os dias entre o funeral do papa e o início do conclave são essenciais e podem causar mudanças repentinas entre os principais “papabili” (plural de “papabile”). É um momento no qual os cardeais se reúnem para discutir as principais questões que a Igreja enfrenta e se fala abertamente sobre a sucessão papal – já não há mais tabu.

Muitas listas circulam há anos entre especialistas, imprensa e casas de apostas com os cardeais mais cotados para suceder Francisco.

Essas relações costumam trazer, no mínimo, 10 nomes considerados bons candidatos – o que reforça a imprevisibilidade da votação em um conclave.

No entanto, existem algumas “apostas” que são presença constante nessas listas.

É o caso, por exemplo, do cardeal italiano Pietro Parolin, que desde 2013 atua como secretário de Estado do Vaticano – cargo que basicamente reúne as funções de um primeiro-ministro e um ministro das Relações Exteriores, além de ser considerado o “número 2” do papa.

Cardeal Matteo Zuppi - Itália

Matteo Maria Zuppi, nascido em 1955, em Roma, é arcebispo de Bolonha desde 2015 e também foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco, em 2019. Conhecido por sua postura progressista e proximidade com o Pontífice, Zuppi é presidente da Conferência Episcopal Italiana e membro da Comunidade de Sant'Egidio, um movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religioso. Também foi o enviado especial do Papa para o conflito na Ucrânia, tendo visitado Kiev, Moscou, Washington e Pequim nessa função.

O cardeal é reconhecido por seu foco em questões sociais, como a inclusão dos marginalizados e o cuidado com os pobres. Defensor de uma Igreja acolhedora e ativa, ele também está à frente de esforços de reconciliação, como o diálogo com a comunidade LGBTQIA+.

Cardeal Pierbattista Pizzaballa - Itália

Nascido em 1965, em Cologno al Serio, na Itália, Pizzaballa é o Patriarca Latino de Jerusalém e foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco, em 2023. Como líder da Igreja Católica no Oriente Médio, o italiano é frequentemente elogiado pelo trabalho em prol do diálogo inter-religioso entre cristãos, judeus e muçulmanos. Embora mantenha laços estreitos com líderes judeus, também tem sido um defensor vocal dos palestinos durante o conflito em Gaza, tendo visitado o enclave no final do ano passado.

Franciscano por formação, ele tem ampla experiência pastoral e administrativa, tendo servido como Custódio da Terra Santa entre 2004 e 2016.

Cardeal Jean-Marc Aveline - França

Nascido em 1958, em Sidi Bel Abbès, na Argélia, Aveline é o arcebispo de Marselha, na França. É citado por alguns especialistas (sobretudo franceses) como o "favorito" de Francisco a sucedê-lo, sendo considerado o mais "bergogliano" dos bispos do país. Foi nomeado cardeal pelo Pontífice em 2022, e é conhecido por sua dedicação a questões de imigração e diálogo inter-religioso.

Cardeal Péter Erdo - Hungria

Conhecido por sua postura conservadora e formação acadêmica sólida, o cardeal húngaro Peter Erdo, de 72 anos, é o arcebispo de Esztergom-Budapeste. Foi durante muito tempo o cardeal mais jovem da Europa, após receber o título em 2003, pouco depois de completar 50 anos. Desde 2006, preside a Conferência Episcopal Europeia.

É muito ativo na chamada nova evangelização, que luta contra a secularização em defesa do diálogo inter-religioso. Dada a localização na Hungria, onde o Oriente se encontra com o Ocidente, não é surpresa que Erdo seja o líder das relações católicas com as igrejas ortodoxas — ele também mantém contato com líderes da comunidade judaica.

Cardeal José Tolentino de Mendonça - Portugal

José Tolentino de Mendonça, nascido em 1965 na Ilha da Madeira, em Portugal, é cardeal e atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cargo que ocupa desde 2022. Poeta, teólogo e intelectual renomado, ele também foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco, em 2019. É da ala "progressista" da Igreja, com grande afinidade com o Pontífice.

Antes de assumir seu papel no Vaticano, Tolentino foi arquivista e bibliotecário da Santa Sé, além de reitor da Pontifícia Universidade Católica Portuguesa. Ele fala português e italiano fluentemente e inglês razoável, além das línguas clássicas hebraico e grego antigos.

Cardeal Mario Grech - Malta

Nascido em 1957 em Rabat, em Malta, Grech é o atual secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cargo que ocupa desde 2020. Ordenado sacerdote em 1984 e nomeado bispo de Gozo em 2005, também por Francisco, Grech é conhecido por sua abordagem pastoral e pelo foco em questões relacionadas ao diálogo inter-religioso e justiça social.

Com uma formação teológica sólida, tendo um doutorado em direito canônico pela Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, Grech tem sido uma figura importante no desenvolvimento do Sínodo, órgão consultivo do Papa para discutir questões cruciais para a Igreja.

Cardeal Luis Antonio Tagle - Filipinas

Luis Antonio Tagle, nascido em 1957 em Manila, nas Filipinas, é o atual cardeal-arcebispo de Manila. Foi nomeado cardeal pelo Papa Bento XVI em 2012. Tagle é conhecido por seu compromisso com a justiça social, o combate à pobreza e a defesa dos direitos humanos, além de ser defensor do diálogo inter-religioso.

O cardeal de 67 anos foi presidente da Caritas Internacional, organização humanitária da Igreja, e tem se destacado por sua habilidade em articular questões teológicas e sociais de forma acessível. O filipino é frequentemente apontado como um dos possíveis sucessores de Francisco, tendo sido um de seus "favoritos", apesar de não ter sido nomeado cardeal pelo Pontífice.

Cardeal Robert Francis Prevost - EUA

O cardeal Robert Francis Prevost nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1955, e é bispo emérito de Chiclayo, no Peru. Em 2023, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos, substituindo o cardeal Marc Ouellet. Sua função principal é auxiliar nas nomeações e transferências de bispos. Naquele mesmo ano, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco. É frei, religioso da Ordem de Santo Agostinho.

Cardeal Wilton Gregory - EUA

Wilton Gregory, nascido em 1947 em Chicago, nos Estados Unidos, é o atual arcebispo de Washington D.C.. Em 2020, ele se tornou o primeiro cardeal afro-americano da Igreja, tendo sido nomeado por Francisco. Gregory é conhecido por seu compromisso com questões de justiça social, igualdade racial e por seus esforços para combater o abuso sexual clerical. O cardeal ainda tem defendido fortemente ações contra as mudanças climáticas.

Cardeal Blase Cupich - EUA

Blase Cupich, nascido em 1949 em Omaha, nos Estados Unidos, é o arcebispo de Chicago desde 2014 e cardeal desde 2016, também nomeado pelo Papa Francisco. Conhecido por sua abordagem pastoral inclusiva e seu foco em questões sociais, Cupich é visto como um líder progressista e um defensor de uma Igreja mais acolhedora e voltada para as necessidades dos marginalizados.

Cardeal Fridolin Ambongo Besungu - República Democrática do Congo

Fridolin Ambongo Besungu, nascido em 24 de janeiro de 1960 em Boto, República Democrática do Congo, é arcebispo de Kinshasa desde 2018. Em 2019, o Papa Francisco o elevou ao cardinalato. Além de suas responsabilidades arquidiocesanas, o cardeal tem se destacado como defensor da paz e da justiça social na RDC.

Cardeal Leonardo Ulrich Steiner - Brasil

Anunciado pelo Papa como cardeal da Igreja Católica em maio de 2022, Steiner tornou-se o primeiro cardeal da Amazônia brasileira. Nascido em Forquilhinha (SC), ele fez sua profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 1976, ainda aos 25 anos, e foi ordenado sacerdote dois anos depois. Nomeado bispo em 2005 pelo Papa João Paulo II (1920-2005), ele tomou posse como arcebispo de Manaus em janeiro de 2020, após assumir o cargo ocupado por Dom Sergio Castriani desde 2012.

Bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena, o cardeal também obteve a licenciatura e o doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma. Ainda em 2020, ele disse ter considerado sua nomeação para cardeal como “uma expressão de carinho, acolhida, proximidade e cuidado do Papa Francisco para com toda a Amazônia”. Ele também declarou que a colaboração que pode oferecer ao Pontífice é fazer com que a Amazônia seja lembrada.

Cardeal Sérgio da Rocha - Brasil

Nascido em Dobrada, no interior de São Paulo, o cardeal é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Ele foi professor de Teologia Moral na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1989-2001) e colaborou, em Porto Velho (RO), no Projeto Missionário Sul I / Norte I e na Escola de Teologia Pastoral de São Luiz de Montes Belos.

Antes de assumir a arquidiocese de Salvador, Rocha foi arcebispo em Teresina e em Brasília. Em 2021, Dom Sergio da Rocha foi nomeado membro da Congregação para os Bispos pelo Papa Francisco. A Congregação para os Bispos é um dos principais organismos da Cúria Romana, que cuida da criação das dioceses, da nomeação de bispos, das visitas “ad Limina” e dos encontros de bispos novos. Em 2023, foi nomeado como integrante do Conselho de Cardeais. As informações são de O Globo.

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