Em discurso, presidente americano pediu que Congresso aprove medida
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou perante o Congresso nesta terça-feira, dia 4, pela primeira vez desde o seu retorno à Casa Branca, em janeiro.
Em uma sessão conjunta com o Senado e a Câmara, ambos dominados pelo Partido Republicano, o americano fez um balanço das seis semanas de gestão, marcadas por mudanças profundas na estrutura federal, nas relações comerciais e na diplomacia dos EUA. Entre as novidades de seu discurso, o chefe de Estado afirmou que assinaria uma lei para impor pena de morte a qualquer um que matar um policial.
“Eu já assinei um decreto pedindo a pena de morte obrigatória para qualquer um que assassinar um policial, e esta noite eu estou pedindo ao Congresso que torne essa política uma lei permanente”, disse.
O decreto em questão, chamado “Restaurar a pena de morte e proteger a segurança pública”, não exige a pena de morte, mas instrui o chefe do Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA a, sempre que possível e em acordo com a lei, aplicar essa penalidade para os responsáveis pela morte de policiais.
O presidente americano também direcionou seu discurso a Stephanie Diller, esposa de Jonathan Diller, policial que foi morto em Long Island em 2024. Stephanie esteve presente no Congresso durante o discurso de Trump.
“Stephanie, nós vamos garantir que Ryan saiba que o seu pai foi um verdadeiro herói, o melhor de Nova York, e vamos tirar das nossas ruas esses assassinos de sangue-frio e infratores reincidentes e vamos fazer isso rápido. Temos que parar com isso”, sustentou.
Logo no início, Trump foi vaiado por democratas ao mencionar as conquistas do seu partido nas eleições, o que foi respondido por gritos de "EUA" de apoiadores republicanos.
A agitação levou o presidente da Câmara a pedir ordem e solicitar a retirada do congressista democrata al-Green, do Texas, que se recusou a cessar as manifestações contrárias. Outros opositores, por sua vez, levantaram placas denunciando o bilionário Elon Musk, aliado de Trump, por roubo e pedindo "salve o Medcaid", plano de saúde acessível criado durante o governo Obama (2009-2017). Muitos compareceram à cerimônia com camisas escrito "Resista".
Trump passou a primeira hora do discurso elencando o que considera como realizações do seu breve governo. O republicano destacou, entre outras coisas, as suas duras políticas migratórias que, segundo ele, levaram ao menor número de cruzamentos irregulares pela fronteira na História no último mês.
O americano também pontuou medidas como a recente designação do inglês como idioma oficial dos EUA, a mudança do Golfo do México para "Golfo da América" e a proibição que mulheres trans participarem de torneios esportivos. Trump ainda exaltou a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho de Direitos Humanos da ONU.