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COTIDIANO

Uso de maconha mais que dobra no Brasil em 20 anos, aponta levantamento nacional

Pesquisa nacional mostra que 15,8% dos brasileiros com 14 anos ou mais já consumiram cannabis ao menos uma vez na vida.

19/12/2025 16h49 | Por: Narciso Barone- Redação SIte On
Foto: jcomp

O consumo de maconha no Brasil mais que dobrou nas últimas duas décadas, segundo dados inéditos do terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), divulgados nesta sexta-feira. A pesquisa mostra que 15,8% dos brasileiros com 14 anos ou mais já experimentaram cannabis, o equivalente a um em cada sete brasileiros.

Em 2012, esse percentual era de 6,2%, o que representa um crescimento de 142% até 2023 — o maior aumento entre todas as drogas ilícitas analisadas no estudo.

Pesquisa ouviu mais de 16 mil brasileiros em todo o país

O Lenad III foi realizado pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp, em parceria com a Ipsos, e financiado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ao todo, 16.608 pessoas com 14 anos ou mais foram entrevistadas em 349 municípios, abrangendo todas as regiões do Brasil.

Crescimento da maconha supera outras drogas ilícitas

Entre 2012 e 2023, a experimentação de outras substâncias também aumentou, mas em ritmo menor do que o da maconha:

Cocaína: de 3,88% para 5,38%

Alucinógenos: de 1,04% para 2,08%

Estimulantes sintéticos: de 2,68% para 4,58%

Por outro lado, o uso de heroína permaneceu praticamente estável (0,18% para 0,19%), enquanto a experimentação de crack apresentou leve queda, de 1,44% para 1,39%.

Uso habitual de maconha também cresce no país

Além da experimentação, o consumo habitual de maconha também avançou de forma expressiva. Em 2023, 6% dos brasileiros relataram uso da droga nos últimos 12 meses, o equivalente a cerca de 10 milhões de pessoas. Em 2012, esse índice era de 2,8%.

Mais da metade dos usuários (54,2%) afirmou ter consumido cannabis diariamente por pelo menos duas semanas consecutivas. Na população total, isso representa 3,3% dos brasileiros, cerca de 3,9 milhões de pessoas.

Jovens concentram as maiores taxas de consumo

O levantamento aponta que o consumo de maconha é mais comum entre os jovens de 18 a 24 anos. Nesse grupo:

23,3% já experimentaram a substância

13,2% relataram uso habitual

A idade média de início é de 18 anos, e quase metade dos usuários começou antes da maioridade.

Entre adolescentes de 14 a 17 anos, 6,2% afirmaram já ter usado maconha alguma vez na vida, e 3,4% relataram consumo habitual — índices semelhantes aos observados em 2012.

Consumo cresce entre mulheres e pessoas com maior renda e escolaridade

A pesquisa mostra diferenças importantes por gênero. Enquanto o uso caiu entre meninos adolescentes, houve aumento expressivo entre meninas:

Experimentação: de 2,1% para 7,9%

Uso habitual: de 1,3% para 4,6%

Entre adultos, a experimentação passou de 6,3% para 15,8%, com crescimento tanto entre homens quanto entre mulheres. Já o consumo habitual caiu levemente entre homens e triplicou entre mulheres, de 0,7% para 2,1%.

O estudo também indica que o uso aumenta conforme escolaridade e renda. A experimentação sobe de 5,2% entre pessoas sem escolarização para 19,1% entre quem tem ensino superior, e de 11,4% entre quem ganha até um salário mínimo para 18,3% entre os que recebem três ou mais.

Sul e Sudeste lideram consumo habitual

Considerando apenas a população adulta, as maiores taxas de uso de maconha no último ano estão nas regiões:

Sudeste: 7%

Sul: 6,9%

Centro-Oeste: 6,6%

Já Norte (3,1%) e Nordeste (5,2%) apresentam índices mais baixos.

Transtorno por uso de cannabis permanece estável

Apesar do aumento no consumo, a prevalência de transtorno por uso de cannabis se manteve estável entre 2012 e 2023, atingindo 1,24% da população, cerca de 2 milhões de brasileiros. No entanto, entre os usuários avaliados, um terço apresentou critérios compatíveis com o transtorno.

Brasil ocupa posição intermediária no cenário internacional

Segundo os autores do Lenad III, o Brasil ocupa uma posição intermediária no cenário global:

“As estimativas brasileiras de uso recente de cannabis são mais baixas do que as observadas em países com mercados regulados, como Canadá e Estados Unidos, mas superiores às de muitos países latino-americanos”.

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