Locutor usou termo “faz negrice” ao criticar prefeito no dia do aniversário da cidade
A prefeitura e a Câmara Municipal de Laguna emitiram notas de repúdio contra um comentário racista feito pelo locutor Celso Fernandes, da rádio Difusora, nesta terça-feira, dia 29, data em que o município completou 349 anos de fundação.
Segundo a prefeitura, o locutor utilizou o termo “faz negrice” de forma ofensiva, ao criticar uma ação do prefeito Preto Crippa.
“O episódio torna-se ainda mais lamentável por ter ocorrido no dia do aniversário de Laguna, logo após uma homenagem à imprensa catarinense, um momento que deveria representar respeito e valorização à comunicação. Racismo não é opinião. É crime. E deve ser enfrentado com firmeza e responsabilidade, especialmente por aqueles que ocupam espaços na mídia”, diz a nota emitida pela prefeitura.
A Câmara de Vereadores de Laguna também se manifestou após o comentário.
“Utilizar uma expressão como essa, carregada de preconceito e associando a identidade negra a algo negativo, é inaceitável. Repudiamos com firmeza qualquer tentativa de associar a cor da pele ao erro, à falha ou à incapacidade. Ser negro não é e nunca será sinônimo de equívoco. É inadmissível que, em pleno século XXI, a negritude ainda seja utilizada como instrumento de desqualificação”, diz trecho da nota.
Segundo a presidente do Legislativo, Tanara Cidade, “do ponto de vista jurídico, a fala pode ser enquadrada como crime de racismo, previsto no artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso XLII, estabelece que o racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. Ainda, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros determina que a atividade jornalística deve estar comprometida com a ética, os direitos humanos e o combate a qualquer forma de discriminação.”