O que vem depois dos 100 anos? A resposta parece óbvia para a tubaronense Castorina Félix Saviatto: 101 anos.

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Nascida em 7 de maio de 1924, a centenária comemorou mais um ano de vida com seus familiares. Moradora do bairro Dehon, ela mantém uma rotina ativa com lucidez e disposição. No sofá de sua sala, com as pernas cruzadas, ela conta que gostava de estudar. Foi estudante do colégio Hercílio Luz. Na época, morava no bairro São João, e precisava andar alguns quilômetros a pé para chegar até a escola.

Próximo de concluir o curso de normalista, decidiu parar os estudos para alcançar um dos seus objetivos de vida: casar-se. Castorina se casou em 1944 com Antônio Saviatto, com quem teve seis filhos, oito netos e 12 bisnetos. Ficou viúva em 1998. Hoje ela mora com sua filha Zuleide.

Para Zuleide, hoje os papéis se inverteram, e ela se dedica ao cuidado da mãe. Mesmo com a idade avançada, dona Castorina é uma pessoa ativa. Mantém-se lúcida e gosta de cuidar das flores e dos pets. Costuma dar voltas ao redor de sua residência e também costuma ler. “Hoje ela é o meu bebê. No dia a dia, gosta de passear, ver TV e ler a Bíblia. É uma mulher de muita fé. De vez em quando ela pede para irmos em algum restaurante. Sempre passeia conosco”, conta a filha.

Elas moram na mesma casa desde a época da enchente de 1974. Dona Castorina e a filha guardam na memória os momentos de tensão e dificuldades ao se depararem com a cidade inundada. “A água subiu até aqui. Perdemos as plantações, animais. Ficamos meses sem água e luz. Pessoas desesperadas entraram na nossa casa. Ficávamos em grupos, foram tempos difíceis”, recorda Zuleide.

Encontro de gerações

Tubaronense nata, dona Castorina teve força e resiliência para continuar sua trajetória e dedicou sua vida ao cuidado do lar e da família. Ela vivenciou uma época em que tudo era mais difícil. Precisava plantar e colher e se dedicar à criação dos animais para ter o alimento na mesa. Foi assim que ela criou os seis filhos, sempre incentivando-os a se dedicarem aos estudos.

No domingo, dia 11, ela teve a oportunidade de comemorar mais um Dia das Mães e fez questão de posar para fotos com a filha, a neta e a bisneta em um encontro das quatro gerações.

“Teve uma trajetória com muitas dificuldades, mas superou e venceu. Deus foi o alicerce de sua vida. Ela possui boa capacidade de argumentação e nos surpreende com suas respostas complexas diante de assuntos do dia a dia, o que logo vira motivo de risos”, comenta a neta Karine Saviatto.

Ao ser questionada sobre qual seu segredo para chegar aos 101 anos de vida, dona Castorina mantém o bom humor e diz que gosta de comer bem. Também é vaidosa e faz questão de continuar pintando os cabelos e as unhas.

“Ela não potencializa os problemas, não fica vivendo eles intensamente. E olha que a vida dela foi marcada por muitas situações bem difíceis! Mas sempre buscou um ponto de apoio espiritual e colocava seu foco em recomeçar. As dificuldades a fizeram forte”, diz a neta sobre a longevidade da avó.

A filha perguntou: “você quer continuar vivendo?” Castorina então respondeu: “Estou aqui até a hora que Deus quiser.”