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SAÚDE E BEM ESTAR

Falhas na assistência à saúde atingem principalmente recém-nascidos em Santa Catarina em 2025, aponta Anvisa

Levantamento mostra quase 2,8 mil ocorrências envolvendo crianças de 0 a 11 anos no estado; bebês com até 28 dias são os mais afetados

Santa Catarina, 29/12/2025 10h26 | Por: Narciso Barone- Redação SIte On

Os recém-nascidos foram as principais vítimas de falhas na assistência à saúde em Santa Catarina em 2025, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) compilados pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp). O levantamento considera registros feitos entre 1º de janeiro e 14 de dezembro de 2025.

No período, o estado contabilizou 2.799 ocorrências adversas envolvendo crianças de 0 a 11 anos, número classificado como preocupante pela entidade. Em âmbito nacional, foram registradas 459.746 falhas na assistência à saúde em serviços públicos e privados, sendo 47.853 ocorrências relacionadas a crianças dessa faixa etária.

Santa Catarina entre os estados com mais registros

Santa Catarina aparece entre os cinco estados brasileiros com maior número de notificações em 2025. Minas Gerais lidera o ranking nacional. Veja os estados com mais registros:

Minas Gerais: 9.745 ocorrências

São Paulo: 7.289

Paraná: 3.046

Bahia: 2.859

Santa Catarina: 2.799

Segundo a Sobrasp, os dados podem estar subnotificados, o que significa que o número real de falhas pode ser ainda maior.

Bebês recém-nascidos concentram a maioria dos casos

O maior volume de ocorrências em Santa Catarina envolve crianças com até 28 dias de vida, consideradas recém-nascidas. Na sequência aparecem bebês com até um ano e, depois, crianças entre cinco e 11 anos.

Distribuição das ocorrências no estado em 2025:

1.101 casos com crianças abaixo de 28 dias;

973 casos entre 29 dias e um ano;

404 casos entre cinco e 11 anos;

321 casos entre dois e cinco anos.

Principais causas das falhas na assistência

De acordo com a Sobrasp, em ambiente hospitalar, os eventos adversos envolvendo crianças estão frequentemente associados a falhas de comunicação entre profissionais de saúde e familiares, além da baixa participação do paciente no cuidado, quando compatível com a idade.

A pediatra e membro da Sobrasp, Priscila Amaral, destaca que a comunicação adequada é essencial para reduzir riscos. Segundo ela, explicar aos familiares e, quando possível, às próprias crianças como os cuidados e medicamentos serão administrados contribui para a segurança do paciente.

Entre os danos mais comuns apontados estão lesões por pressão, quedas e administração incorreta de medicamentos.

Importância da participação da família

Para a presidente da Sobrasp, Paola Andreoli, a segurança do paciente passa, necessariamente, pelo envolvimento da família no cuidado. A entidade segue as diretrizes do Plano Global para Segurança do Paciente 2021–2030, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que reforça a participação ativa de pacientes e familiares.

Segundo ela, ouvir pais e responsáveis e considerar suas observações faz parte de um cuidado mais seguro e eficaz.

SES avalia aumento das notificações como positivo

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) afirmou que o aumento no número de notificações é um indicador positivo, por refletir o fortalecimento da cultura de segurança do paciente. Para a pasta, mais registros significam maior conscientização e engajamento dos profissionais de saúde na identificação de eventos adversos.

A SES ressalta que os dados representam números absolutos, e não taxas padronizadas, devendo ser analisados com cautela. No Brasil, a Política Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) determina a criação dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) e a notificação obrigatória de eventos adversos ao sistema Notivisa.

Medidas adotadas em Santa Catarina

Segundo a secretaria, o estado atua de forma alinhada às diretrizes nacionais e internacionais para reduzir falhas na assistência à saúde. Entre as ações adotadas estão:

Capacitação contínua de profissionais e gestores;

Fortalecimento dos Núcleos de Segurança do Paciente;

Estímulo à notificação de eventos adversos e quase falhas;

Análise sistemática dos registros para identificar causas;

Apoio técnico aos serviços de saúde na criação de planos de melhoria;

Alinhamento ao Plano Global da OMS para Segurança do Paciente.

Para a SES, notificar mais é essencial para prevenir novos eventos, promover transparência e garantir avanços consistentes na segurança do paciente, especialmente quando se trata do cuidado com crianças e recém-nascidos.

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