Ciência que alia teste genético à nutrição permite planejamento alimentar mais preciso e detalhado para cada paciente
Dos benefícios da nutrição para a saúde, ninguém duvida. E se fosse possível uni-la à precisão da genética de cada pessoa, para um acompanhamento ainda mais eficaz e personalizado? É possível – graças ao advento da Nutrigenética, uma ciência que estuda a associação entre os genes e a resposta de cada indivíduo à ingestão de alimentos e nutrientes.
Natural de Tubarão, a nutricionista funcional Juliana Falchetti começou a trabalhar com Nutrigenética ainda em 2020, em Portugal, quando se tornou membro da Ordem dos Nutricionistas de Portugal – aqui no Brasil, ela é membro do Conselho Federal de Nutrição.
Juliana explica que a Nutrigenética começou a dar seus primeiros passos com a finalização do Projeto Genoma Humano, em 2003, e foi ganhando espaço nos consultórios ao redor do mundo.
“As informações sobre predisposição genética podem ser integradas às características físicas e história de cada paciente e, através de uma interpretação minuciosa da nutricionista, reverterem-se em recomendações e ações que podem melhorar muito a saúde e qualidade de vida das pessoas”, explica. No Brasil a Nutrigenética começa a conquistar visibilidade, mas Juliana salienta que nem todos os testes genéticos no mercado são focados em nutrição.
Teste genético não invasivo
Os genes de cada paciente são avaliados por meio de teste genético não invasivo, com a coleta de material genético da área da boca com swab (material semelhante a um cotonete). O paciente recebe em casa o material para fazer a coleta.
Como ensina Juliana, as informações genéticas são profundamente relacionadas à nutrição, corpo e comportamentos e interferem na gestão do peso, metabolismo de proteínas, gorduras, respostas à cafeína, intolerância ao glúten, lactose, propensão genética à aparecimento de resistência à insulina (preditora de pré-diabetes e diabetes), esteatose hepática não-alcoólica (fígado gordo), facilidade em ganhar ou perder peso, em recuperar o peso perdido, metabolismo de vitaminas (incluindo Vitamina B12, D, A, E, etc), entre outros parâmetros avaliados.
“Saber como os genes se comportam, aliado ao conhecimento no nutricionista, faz com que as condutas nutricionais sejam muito mais assertivas. A profissional gerencia essas informações construindo com o paciente orientações e um plano alimentar que valorize os aspectos positivos dos genes e trabalhe em cima de ações corretivas para minimizar e/ou neutralizar possíveis efeitos negativos que alguns genes poderiam causar se não houvesse um cuidado com a alimentação”, afirma.
Atendimento on-line
Tubaronense e também cidadã portuguesa, Juliana Falchetti atende pacientes em três continentes (América do Sul, Europa e África) e cinco países diferentes. “Atendo na modalidade on-line em meu Consultório Digital de Nutrição (www.julianafalchetti.com) e também presencial, dependendo do país onde estou. Atualmente estou no Brasil, em Tubarão, e tenho dois Programas de Nutrigenética, o NutriStart e o NutriNow”, conta ela.
Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode se submeter ao teste. Não há restrições. A presença de doenças (qualquer uma) ou gravidez não inviabiliza a realização do teste. Recém-nascidos também podem fazê-lo. “Quanto mais cedo uma pessoa fizer, mais cedo podem ser tomadas atitudes e iniciar a construção de hábitos positivos para melhorar a saúde e qualidade de vida”, afirma.
Juliana conheceu pessoalmente o laboratório de Nutrigenética que elegeu como referência e nele também realizou inúmeras formações em leitura de mapa genético, na sede em Lisboa.
“O teste é uma ferramenta valiosa para a nutrição, mas é necessário uma profissional altamente qualificada para interpretar os resultados, cruzar com os dados de consulta (anamese, história clínica, avaliação antropométrica) para agir com segurança na melhoria da saúde e prevenção da doença”, adverte.