Conforme a Polícia Civil, a causa da morte do menino foi asfixia
A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou por homicídio culposo (sem intenção) a madrasta da criança de 3 anos, identificada como Miguel Antunes Versari, que morreu após ficar 10 horas trancada em um carro em Videira, no Oeste. Conforme o delegado Édipo Flamia Hellt, a causa da morte da criança foi asfixia. A mulher responderá em liberdade.
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Criança morre ao ser esquecida dentro de carro pela madrasta em SC
A morte aconteceu em 25 de abril, quando a criança ficou no carro entre 7h e 17h. Segundo o delegado, a morte ocorreu por volta das 9h. A indiciada é companheira da mãe do menino e disse em depoimento que esqueceu de levar a criança para a creche e que a vítima estava mais sonolenta e menos agitada do que o costume naquele dia.
Imagens e depoimentos atestaram a versão da mulher, que afirmou sofrer de transtorno de deficit de atenção, ansiedade e fazer uso de medicação controlada. Entre as testemunhas, a investigação também ouviu a psiquiatra da mulher que confirmou o diagnóstico. "Minha posição é pelo indiciamento, homicídio culposo, diante da previsibilidade objetiva e da inobservância do dever de cuidado", disse o delegado.
Laudos
Conforme o delegado, o laudo da perícia feita no carro mostrou que havia objetos fora do local, o que indica que a vítima se movimento no veículo antes de morrer. Imagens da região também mostraram que a criança se mexeu dentro do carro até por volta das 9h de sexta-feira.
A perícia no corpo da criança não mostrou nenhum ferimento aparente. "A conduta da investigada, apesar de não dolosa, não intencional, ocasionou o resultado morte. Há o nexo causal. Essa conduta foi negligente, haja vista que a investigada se omitiu no dever de cuidado", afirmou o delegado.
Dinâmica da morte
À Polícia Civil, a indiciada afirmou que no dia da morte saiu de casa com o carro da família, levando a criança e a mulher, por volta das 7h e deixou a companheira no trabalho. Era costume ela seguir até a creche da criança e deixá-la no local, mas naquele dia esqueceu e seguiu para a casa.
Na residência, trancou o carro, pegou a bicicleta e seguiu para o próprio serviço, que fica em Tangará, cidade vizinha de onde a morte aconteceu. No fim da tarde, ao entrar no carro para ir até a unidade de educação e buscar a criança, percebeu que ela seguia no automóvel.
A mulher pediu atendimento dos bombeiros, mas o menino já estava sem sinais vitais. Após prestar depoimento, ela foi liberada.
Sintomas gripais e relação com família
Conforme o delegado, a indiciada relatou à Polícia Civil que era rotina da família ela levar a criança para a escola após deixar a mulher no trabalho. Na sexta, porém, o menino estava com sintomas gripais, foi medicado e apresentou um comportamento menos ativo, dormindo no banco, segundo ela.
No depoimento, a madrasta ainda afirmou que tinha uma relação com a mãe do menino há cerca de 4 anos e a convivência e ambiente familiar eram tranquilos, inclusive com o filho dela.