Além de declarar estado de calamidade pública e hídrica em Capivari de Baixo pelo período de 90 dias por causa da crise hídrica que afeta o município, o decreto publicado nesta quarta-feira, dia 23, pela prefeita Márcia Roberg Cargnin também determina regras para racionalizar o consumo de água tratada.
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Com desabastecimento de água, Capivari de Baixo decreta situação de calamidade pública e hídrica
O decreto é claro: está proibida em todo o território de Capivari de Baixo a utilização de água tratada para lavagem de calçadas e quintais e outros fins desnecessários a depender do julgamento do agente fiscalizador.
Nesse caso agente fiscalizador é a Guarda Municipal de Capivari de Baixo, Fiscais Sanitários e Fiscal de Obras, todos servidores de carreira do município.
Uma vez caracterizado o desperdício de água tratada, fica o fiscal autorizado a advertir o usuário, colhendo sua ciência no auto de notificação e orientando sobre as sanções cabíveis em caso de reincidência.
Desde segunda-feira, dia 21, uma força-tarefa atua em ações que minimizem o impacto do desabastecimento de água causado pela obra de ampliação de capacidade de produção no Decantador 4, na Estação de Tratamento de Água em Tubarão, realizada pela Tubarão Saneamento – consórcio que fornece água para Capivari de Baixo.
Foram definidos os três nomes que irão integrar a equipe de transição de governo em Laguna.
Preto Crippa e Leandro Bento, prefeito e vice eleitos respectivamente, haviam definido sete nomes na semana passada.
Mas uma orientação do atual secretário de Administração, Alcenê dos Santos, solicitou a indicação de apenas três nomes.
Em resposta, o futuro governo indicou Bruno Marçal Sousa, Jefferson Araújo Crippa (tio de Preto Crippa) e Juliano Neves Antônio para comporem a equipe de transição.
Os candidatos adversários até tentaram, mas o eleitor de Tubarão não comprou a ideia de que a vitória de Estêner Soratto (PL) como prefeito e a consequente perda de uma cadeira na Alesc representariam menos recursos para a cidade. Esse, afinal, foi um dos motes principais da campanha de Carlos Stüpp (PSDB) com Dr. Jean (PP), para tentar fazer frente a candidatura de Soratto. A campanha do então candidato do PL entendeu o recado e tratou de rebatê-lo. Até no domingo, quando sua vitória já estava confirmada pelas urnas, Soratto e apoiadores usavam a camiseta verde com a frase de Jorginho Mello: “Mil vezes mais”. Era a garantia do governador, e uma resposta da campanha de Soratto, de que os recursos virão para a cidade.
Promessa
O resultado das urnas confirma a constatação de que tal crítica da oposição não colou. Soratto obteve 42.767 votos, contra 9.652 de Carlos Stüpp e 5.929 de Maristela Francisco (PT). Agora é esperar para ver se a promessa de Jorginho Mello vai mesmo sair do papel. O posto dos bombeiros em Oficinas está lá esperando.
Página virada
O discurso de renovação, de página virada, também pode ter ajudado no sucesso de Soratto. O fim precoce do governo de Joares Ponticelli e Caio Tokarski antecipou seu projeto de ser prefeito. Sua campanha explorou a promessa de uma nova história, depois de tudo que Tubarão viveu, e como nenhum outro de seus adversários ele soube usar as redes sociais. Candidatos acostumados à política tradicional terão de se adaptar aos novos meios digitais se quiserem se manter no páreo.
Ponticelli
Ponticelli fez uma campanha às pressas, e isso pode ter prejudicado seu desempenho, quando todos apostavam em seu retorno à Câmara. Mas ficou claro que os fatos recentes da Operação Mensageiro ainda estão vivos na cabeça do eleitor. A despeito do que a justiça vai dizer, isso também afetou seu resultado nas urnas. Não por acaso, volto a afirmar, a ideia de página virada foi tão bem usada pela campanha de Soratto.
Jaguaruna
Em Jaguaruna, a festa da vitória de Laerte Silva (Podemos), que conquistou inédita reeleição no município, teve participação expressiva de jovens eleitores. Esta foi uma eleição em que, no geral, o eleitor apontou para a renovação, e a dupla Laerte e Henrique Fontana parece ter captado isso. É também um alerta de que os demais partidos precisarão se adaptar para atender as novas demandas e assim conquistar o poder novamente.
Prévia de 2026
PL (90) e MDB (70) foram os partidos que mais elegeram prefeitos no Estado. No entanto, PSD, com 41 prefeituras, fica em segundo, atrás do PL, no número de votos que os prefeitos eleitos receberam e no percentual da população dos municípios que cada partido vai governar. Esses números já adiantam como deve ser 2026, com PL e PSD disputando o poder no Estado, e MDB e PP como aliados cobiçados.
“Missão cumprida”, disse o vereador Maurício da Silva (PP) ainda no plenário, cumprimentando com aperto de mãos alguns de seus colegas, sentados nas cadeiras ao lado da sua, no final da sessão extraordinária desta segunda-feira, dia 7, que elegeu por meio de votação indireta os novos ocupantes do Poder Executivo de Tubarão.
Foi uma noite histórica, de casa cheia na Câmara, porque afinal não é sempre que os vereadores são obrigados a se reunir para eleger prefeito e vice após a renúncia dos titulares do cargo, como aconteceu em Tubarão com a saída de Joares Ponticelli e Caio Tokarski, tornados réus na Operação Mensageiro – e turbulenta, na medida do possível, inclusive com o prenúncio do início da tarde de que a disputa pudesse virar briga na justiça com um pedido de liminar para sua suspensão, que não avançou.
Antes mesmo da votação, ainda na sessão ordinária, quando se debatia um projeto alheio à eleição indireta, o plenário assistiu a alguns embates entre Nilton de Campos e José Luiz Tancredo, já logo cedo desferindo sua saraivada de críticas ao governo.
Por ter sido uma eleição indireta, matemática, decidida entre 15 vereadores, com uma Câmara alinhada ao governo, tinha-se como certo, desde o início, o favoritismo de Jairo Cascaes, até pouco tempo secretário de Gestão no governo Ponticelli. Mas é que o jogo só termina quando acaba… Até mesmo o próprio Jairo Cascaes, dias antes, em um evento que reuniu caciques de peso do PSD, não escondia a ansiedade com a possibilidade, cada vez mais real, de se tornar prefeito, ainda que para um mandato-tampão. Calculava então 10 votos, o que de fato se confirmou nesta segunda-feira, mas mantinha um pé atrás e os olhos bem abertos. “Muita coisa pode mudar”, comentou naquela reunião do partido de dias atrás.
De volta ao futebol, um jogador daqueles marrentos, provocadores, diria que “deu a lógica”. Em uma eleição decidida entre vereadores venceu a chapa da situação em uma Câmara onde o governo tem maioria. Deu a lógica, mas isso não quer dizer que não houve articulação e que tudo teria se dado de forma natural. José Luiz Tancredo, ao anunciar seu voto, mas já reconhecendo a derrota, citou a articulação vitoriosa do consultor político Laércio Menegaz Júnior.
Fora do plenário, apoiadores da chapa de oposição assistiam à sessão em um telão. No início da noite eles também já davam como certa a vitória de Jairo Cascaes. Houve entre eles quem dissesse que faltou a Tancredo trazer para si Moisés Nunes, para tê-lo como vice e assim formar uma chapa, segundo eles, com mais chance de derrotar a situação. Moisés Nunes, geralmente discreto na Câmara, foi alçado a um papel de destaque. Depois de eleito, Jairo Cascaes só começou a sua entrevista coletiva, diante do batalhão de repórteres, com o vice ao lado.
A eleição indireta para prefeito e vice de Tubarão, como todo pleito eleitoral, depende de capacidade de articulação, mas parece ser também uma questão matemática. Vence a chapa, na votação do dia 7, que obtiver maioria simples, ou seja, pelo menos oito votos. Isso quer dizer que, como o governo tem maioria na casa, é pouco provável, considerando a frieza dos números, que ocorra algo fora da atual configuração, com o poder saindo das mãos da situação.
De olho na cadeira
Nos bastidores, claro, a briga deve esquentar, antes de se chegar a um consenso. A possibilidade de se tornar prefeito, nem que seja por cerca de um ano e meio, mexe com ambição e projetos políticos. Alguns nomes estão na mesa, e há quem aponte como favorito o atual presidente da Câmara, Jairo Cascaes, do PSD.
Dois grupos
Na tribuna nesta segunda-feira, Zé Tancredo, do MDB, falou em disputa entre dois grupos: o que quer manter a atual situação e outro que pretende se apresentar como oposição. Nesse caso o próprio Tancredo é um nome natural de alternativa, pela sua posição dos últimos anos. Na última sessão, as entrelinhas de sua fala mostraram o discurso de alguém que está disposto a ir para a disputa. PSDB hoje, também de oposição, pode sugerir o vereador Denis Matiola. Mas, por enquanto, nada, em nenhum lado, está definido.
Parabéns na Câmara
Ainda na sessão desta segunda-feira Zé Tancredo puxou um “Parabéns a você” na tribuna. Mas quem estava de aniversário não era ninguém, não. O vereador lembrou que no dia seguinte faria um ano que o município perdeu a Certidão Negativa de Débito, inviabilizando a obtenção de recursos, como os R$ 5 milhões para os moradores do Km 60 que perderam suas casas no ano passado, durante a enchente de maio.
A carta do dr.
As cartas de renúncia, mais que obrigação formal, podem se tornar, pela forma e conteúdo, documentos para a posteridade. Com a onda de renúncias entre os prefeitos envolvidos na Operação Mensageiro, seus termos de renúncia também vieram a público, comunicando mais que a desistência do cargo. Segunda-feira foi a vez de Vicente Corrêa Costa, que afirmou se sentir “uma figura fantasmagórica assombrando os legisladores e o paço municipal”. Não se sabe se a substituta de Vicente concorda com a imagem. Mas é como se fosse. Márcia Roberg Cargnin, alçada à prefeita, deve buscar impor sua marca à gestão, o que parece estar disposta a fazer. Mas terá também outro desafio: livrar-se do “fantasma” do antecessor, de quem era, até pouco tempo atrás, a sua vice-prefeita.
Moisés no ataque
Carlos Moisés usou suas redes sociais para alfinetar Jorginho Mello. Mostrou as obras paradas na Rodovia Ageu Medeiros por falta de recursos.
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