A Nota Técnica ressalta a necessidade de restringir visitas de pessoas alheias ao sistema de produção, a fim de proteger a saúde e segurança dos plantéis avícolas catarinenses
Para reforçar o alerta e recomendações das medidas de biosseguridade em granjas avícolas, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) emitiu a Nota Técnica nº 002/2024. A SAR reitera as orientações, após a detecção no Rio Grande do Sul da doença de Newcastle em aves comerciais.
O governo federal suspendeu temporariamente, na sexta-feira, dia 19, a exportação de carne de aves para 44 países após identificar o vírus da doença de Newcastle em um aviário de Anta Gorda, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul.
A medida foi confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e considera o acordo bilateral entre países parceiros, a fim de garantir a transparência do serviço brasileiro com os importadores. As suspensões devem durar pelo menos 21 dias e variam o produto e a área, a partir do acordo comercial.
Parte dos países considera carnes produzidas em todo o território nacional; alguns, somente no Rio Grande do Sul; e outros, em um raio de 50 km do foco da doença identificada.
O Mapa diz que as regras de suspensão são revisadas todos os dias com os países parceiros, mostrando todas as ações executadas para eliminar o foco da doença.
Diante do cenário, a Nota Técnica da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina ressalta a necessidade de restringir visitas de pessoas alheias ao sistema de produção, a fim de proteger a saúde e segurança dos plantéis avícolas catarinenses.
Doença de Newcastle (DNC)
A Doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais clínicos respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais, causando alta mortalidade em curtos espaços de tempo.
De notificação obrigatória à Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), ela é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo Paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial. Os últimos casos confirmados no Brasil até então ocorreram em 2006 em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, ressalta que a Cidasc está adotando ações específicas, visando garantir a proteção sanitária do estado que, consequentemente, proporcionará segurança na comercialização destes produtos aos países importadores.
Dentre essas ações estão a análise da movimentação animal e produtos de origem animal oriundos da região do foco, vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região do Rio Grande do Sul nos últimos 30 dias, e orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFFs) da divisa sul do estado para a desinfecção de todos os veículos provenientes da região do foco.
Todas as suspeitas que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
Vale lembrar que o consumo da carne de aves e ovos de estabelecimentos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial permanece seguro à população.