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COTIDIANO

Arcebispo que chamou papa Francisco de "servo de satanás" é excomungado

Carlo Maria Vigano, conhecido pela oposição a Francisco, nega a legitimidade do papa e o acusou de "normalizar a sodomia e toda perversão sexual"

06/07/2024 09h04 | Atualizada em 07/07/2024 17h18 | Por: Redação Folha Regional

O arcebispo Carlo Maria Vigano, conhecido por ser um dos maiores opositores da liderança do papa Francisco, foi excomungado nesta sexta-feira, dia 5. Com isso, ele fica proibido de celebrar missas e outras cerimônias e de ocupar cargos dentro da Igreja Católica.

Em comunicado, o Vaticano informou que o arcebispo foi excomungado por “recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos”, que caracteriza o delito de “cisma”. Vigano já chegou a fazer diversas acusações em que nega a autoridade papal e acusa o pontífice de tiranismo. As informações são do Correio Braziliense.

Vigano é ex-núncio dos EUA, aposentado em 2016 — o cargo é uma espécie de embaixador do Vaticano em outros países. Ele é conhecido pela postura mais conservadora dentro da Igreja Católica. Em dezembro do ano passado, o arcebispo fez declaração em que chamou Francisco de “servo de satanás”. O ataque ocorreu após o papa permitir a bênção a casais formados por pessoas do mesmo sexo. “O demônio, quando quer nos persuadir a pecar, enfatiza o suposto bem da ação malvada, colocando na sombra os aspectos contrários aos mandamentos de Deus", declarou. 

Em outra declaração, em junho deste ano, Vigano disse que o objetivo do papa Francisco é "normalizar a sodomia e toda perversão sexual“.

A rivalidade entre os dois membros do clero, no entanto, começou há muito mais tempo. Em 2018, o arcebispo acusou o papa Francisco de saber e encobrir casos de abuso sexual cometidos pelo ex-cardeal estadunidense Theodore McCarrick, excomungado em 2019. Segundo Vigano, o pontífice sabia dos crimes desde 2013. 

Processo

O processo movido pelo Vaticano foi iniciado em 20 de junho. Na ocasião, o arcebispo declarou que as acusações feitas contra ele eram “motivo de honra” e reiterou que não reconhece a autoridade do tribunal. Comunicado do Vaticano dava até 28 de junho para que Vigano indicasse advogado de defesa, ele, porém, se recusou. 

Seguidor de uma postura negacionista em relação à pandemia e outros assunto, como as mudanças climáticas, ele afirma que o papa “venera o ídolo da Pachamama, escreve encíclicas delirantes sobre o ambiente, apoia a Agenda 2030 e ataca aqueles que questionam a teoria do aquecimento global antropogênico”.

Vigano finaliza o texto pedindo aos apoiadores que rezem por pessoas que, segundo ele, estariam sendo perseguidas por sua fé. 

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