Selic de 15% mantém o país atrás apenas da Turquia entre as economias com juros mais altos
Foto: Mateus Andre Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano, o Brasil continua ocupando a segunda colocação no ranking mundial de juros reais, atrás apenas da Turquia.
O levantamento é da consultoria MoneYou, que monitora há 25 anos os principais mercados globais de renda fixa.
De acordo com os dados, o juro real brasileiro — calculado com base na taxa nominal descontada a inflação — está atualmente em 9,74% ao ano, atrás apenas dos 17,8% da Turquia. A Rússia aparece em terceiro lugar, com 9,1%.
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Segundo a MoneYou, o top 10 dos países com as maiores taxas reais de juros é formado por:
Turquia – 17,8%
Brasil – 9,74%
Rússia – 9,1%
Argentina – 5,16%
Índia – 4,21%
Colômbia – 3,66%
México – 3,54%
África do Sul – 3,31%
Tailândia – 2,77%
Indonésia – 2,41%
O relatório aponta que o Brasil enfrenta incertezas fiscais e inflacionárias, agravadas pelo tarifaço comercial dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e pelas preocupações com os gastos públicos federais.
No ranking das maiores taxas nominais de juros, o Brasil aparece em quarto lugar, atrás de Turquia (39,5%), Argentina (29%) e Rússia (16,5%).
Completam a lista Colômbia (9,25%), México (7,5%), África do Sul (7%), Hungria (6,5%), Índia (5,5%) e Indonésia (4,75%).
No comunicado divulgado após a reunião, o Copom afirmou que o cenário global “exige cautela na condução da política monetária”.
Segundo o texto, a estratégia de manter os juros por um período prolongado é considerada suficiente para garantir a convergência da inflação à meta.
O comitê também ressaltou que poderá retomar o ciclo de alta caso a inflação volte a subir.
A manutenção do termo “período bastante prolongado” no comunicado indica que o Banco Central não pretende reduzir a Selic tão cedo, contrariando parte das expectativas do mercado financeiro.
A decisão vem em meio a uma conjuntura de pressão fiscal, inflação acima da meta de 3% e incertezas externas.
Enquanto isso, o Senado aprovou nesta semana a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida que ainda aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Analistas afirmam que, embora a inflação venha cedendo lentamente, o Brasil continua com uma das maiores taxas de juros reais do planeta, o que encarece o crédito e limita o crescimento econômico.