O crime ocorreu em 2018 e o julgamento foi realizado em setembro deste ano
O Ministério Público de Santa Catarina apelou à Justiça para que seja aumentada a pena aplicada ao homem condenado por matar a namorada em Imbituba. O crime ocorreu em 2018 e o julgamento foi realizado em setembro deste ano.
O criminoso foi condenado por homicídio qualificado por feminicídio, na vigência anterior à Lei 14994/2024 (que torna o feminicídio um crime autônomo), com a pena de 12 anos de reclusão.
No recurso, o Ministério Público sustenta que o réu, que exercia função pública e era bacharel em Direito, teria induzido a vítima ao uso excessivo de drogas nos dias anteriores ao crime, cometido o homicídio sob efeito de cocaína e deixado de acompanhá-la até o hospital, para onde ela foi levada sem identificação ou qualquer conhecido presente. O promotor de Justiça também destaca a grande disparidade de forças entre o acusado e a vítima, morta por golpes desferidos no abdômen.
Outro ponto levantado pelo MP é a necessidadee de valorar de forma negativa as consequências do crime, considerando que a vítima, de apenas 22 anos, estava no auge da juventude e deixou pais e uma irmã gêmea, causando profundo impacto à família.
O recurso, interposto no último dia 15 de setembro, aguarda julgamento pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Relembre o caso
O crime aconteceu na manhã de 8 de maio de 2018. Após o casal ter uma noite de consumo de álcool e drogas, Isadora ligou, por volta das 6 horas, para a irmã do réu pedindo ajuda, informando que o namorado passava mal em razão do uso de entorpecentes. O pedido de socorro teria irritado o acusado, que não queria que a família soubesse do consumo de drogas.
Cerca de 30 minutos depois, já sozinho com a vítima, o homem a imobilizou e passou a agredi-la com golpes na região do abdômen, causando a ruptura da veia cava. A perícia afastou a hipótese levantada pela defesa de que Isadora teria morrido em decorrência de overdose.
Mesmo diantes da gravidade dos ferimentos, o autor demorou a acionar socorro. Entre 7h15 e 7h30, fez duas ligações a um amigo médico relatando que a namorada estaria convulcionando e apenas em seguida contatou o serviço de emergência. Quando os socorristas chegaram ao local, a vítima estava inconsciente, mas sem sinais de convulsão.
Isadora foi encaminhada ao hospital mas não resistiu aos ferimentos. O médico de plantão, ao perceber que o quadro não correspondia à versão do acusado, acionou a Polícia Civil, que iniciou as investigações.
Durante o julgamento, amigas da vítima testemunharam que Isadora demonstrava medo do comportamento do réu, especialmente quando ele consumia álcool e drogas.