Nascido em Laguna, o DJ Felipe Martins está ganhando o mundo. O artista acaba de embarcar na noite desta quarta-feira, dia 28, para Europa, onde será uma das atrações do Coala Festival Portugal, em Cascais, ao lado de grandes nomes da música de língua portuguesa, entre eles Ney Matogrosso, Xande de Pilares e Timbalada.

A segunda edição do festival em Portugal ocorre neste fim de semana, entre sábado, dia 31, e domingo, dia 1º. DJ Felipe Martins sobe ao palco do evento no domingo, a partir das 16h10, levando na bagagem um pouco da música brasileira que o formou como artista.

“Trago nos meus sets o samba, os ritmos regionais, as camadas de Brasil que fui conhecendo ao longo do tempo. E é muito simbólico pra mim poder levar esse som feito de memória, afeto e encruzilhada pra outro continente”, comenta.

O Coala Festival surgiu no Brasil em 2014 com a proposta de ser um festival de artistas da antiga e nova cena da música nacional. Ao longo dos anos, também se tornou uma marca, o Coala Music, que possui gravadora, núcleo de gerenciamento de carreira de artistas, agência criativa, canal de conteúdo digital e consultoria.

No ano passado, o evento atravessou o Atlântico para realizar a sua primeira edição na Europa: o Coala Festival Portugal, com foco não só na música brasileira, mas na música em língua portuguesa como um todo, unindo as pontas entre Brasil, Portugal e África.

Muita música pela Europa

O convite para Felipe participar do Coala em Portugal surgiu por parte da produção do festival, que viu alguns de seus trabalhos em Florianópolis. E a turnê do DJ lagunense pela Europa vai além do Coala Festival. Nas próximas semanas ele vai apresentar também alguns projetos que desenvolve na capital catarinense. 

Um deles é o Quintal do Fê, uma festa que mistura roda de samba com músicos da cidade. No caso de Portugal, a parceria será com músicos brasileiros de diferentes regiões e que estão vivendo por lá, junto com a discotecagem de música brasileira. 

Felipe também vai apresentar o Coffee & Break, um projeto do qual faz parte, que conecta música e corrida — é um evento voltado para o bem-estar, com transmissão ao vivo e pessoas conectadas de diferentes lugares. 

“Esses são os projetos que vou levar pra Portugal e também pra outras cidades onde vou discotecar, como Paris e Milão”, adianta. 

Influências que vêm do berço    

DJ e artista há quase 15 anos, Felipe Martins, hoje com 37 anos, nasceu na música. Filho de mestre de bateria, cresceu dentro de barracão de escola de samba, de onde absorveu muito da rítmica que pontua a sua produção. É um artista atento às suas origens, para daí criar sets que transitam entre o moderno e o ancestral.

“Sou tataraneto de Pedro Jerônimo do Nascimento, fundador do Clube União Operária. Também sou neto do Seu Geninho e da Dona Terezinha, ali na descida do morro, e tataraneto da professora Júlia Nascimento. Moro no Centro de Laguna, perto da Carioca, e levo comigo essa história toda no corpo, nos discos, nos sons que pesquiso e compartilho”, relembra.

Felipe passou pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Artes Visuais, ambos da Udesc, em Laguna e Florianópolis respectivamente, mas sua primeira faculdade foi a rua e as festas populares, onde absorveu a riqueza e a espontaneidade da cultura brasileira. 

Como DJ, já abriu shows de artistas que admira muito, como Gilberto Gil, Criolo, Marcelo D2, Chico César e Emicida, entre outros. “Toquei em muitos cantos do Brasil e agora fui convidado para participar da segunda edição do Coala Festival em Portugal, um dos maiores festivais de música brasileira fora do país. Essa viagem é sobre estar com o pé no chão e a cabeça ligada no que me trouxe até aqui”, comemora Felipe.