São esperados níveis abaixo de 30% em boa parte do Estado. Esses fatores combinados representam um risco elevado para a saúde da população
A fumaça, oriunda de queimadas no norte do Brasil e também nos estados do Centro-Oeste e Sudeste do país, pode ser vista em diversas cidades do estado de Santa Catarina.
A circulação de ventos de direção norte contribui para o transporte da fumaça em direção ao Sul do Brasil, atingindo inclusive países vizinhos, como Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. Além do vento, a presença de uma massa de ar quente e seco em grande parte do Brasil, favorecendo as altas temperaturas e a umidade do ar muito baixa, torna-se mais um agravante para a maior concentração desta fumaça na atmosfera.
Segundo informações da Epagri/Ciram, uma mudança no padrão de ventos ou a chegada de chuvas mais intensas são condições necessárias para inibir o transporte de fumaça para Santa Catarina, o que pode ocorrer na próxima sexta-feira, dia 13, com a passagem de uma nova frente fria.
“Se a densa camada de fumaça nos traz um nascer e pôr do sol em tons laranja/vermelho, como muitos devem ter presenciado no final de semana, também afeta perigosamente a qualidade do ar, que algumas vezes já é considerada crítica em regiões como as carboníferas. A fumaça pode causar desde um desconforto, como ardência nos olhos e garganta seca, como agravar problemas respiratórios, principalmente em pessoas vulneráveis a esta condição”, alertam os meteorologistas.
No Litoral de Santa Catarina, além da fumaça, a redução na visibilidade ainda ocorre por conta dos nevoeiros marítimos, fenômeno também associado à atuação da massa de ar mais quente.
Onda de calor
Ao longo desta semana, Santa Catarina será impactada por uma forte onda de calor trazida pelos ventos do quadrante norte, que transportam ar quente da porção central do Brasil para o estado.
Segundo a central de monitoramento da Secretaria da Proteção e Defesa Civil, as temperaturas máximas à tarde deverão ultrapassar os 30°C em grande parte do território catarinense, com regiões da Grande Oeste. No Litoral Sul pode chegar aos 40°C. Além disso, as madrugadas também serão quentes, com mínimas que em alguns dias não devem cair abaixo dos 20°C no interior do estado.
Os meteorologistas alertam que a baixa umidade relativa do ar atingirá seus piores índices no período da tarde. São esperados níveis abaixo de 30% em boa parte do estado, com o Oeste registrando valores abaixo de 20%. Esses fatores combinados representam um risco elevado para a saúde da população.
Alerta de saúde
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina emitiu um alerta de risco ALTO nas áreas classificadas em laranja no mapa de monitoramento.
Nessas regiões, o calor excessivo e a baixa umidade do ar podem causar desidratação, insolação e agravamento de doenças cardiorrespiratórias, além de outros transtornos associados às condições climáticas severas. Já nas áreas em amarelo, o risco é considerado MODERADO, enquanto nas regiões marcadas em verde, o risco é BAIXO.
Recomendações
Diante desse cenário, a Defesa Civil recomenda à população adotar medidas preventivas para minimizar os efeitos adversos do calor:
Evite atividades físicas ao ar livre: Esforços físicos sob calor intenso podem sobrecarregar o organismo, resultando em desidratação e aumento da pressão arterial.
Mantenha-se hidratado: A ingestão constante de água, sucos naturais, frutas e vegetais ajuda a evitar a desidratação e mantém o corpo funcionando adequadamente. A recomendação é consumir pelo menos dois litros de líquidos ao longo do dia.
Umedeça o ambiente: Ambientes com ar muito seco podem ser prejudiciais à saúde, especialmente para quem já possui problemas respiratórios. Uma dica simples é utilizar toalhas ou roupas úmidas dentro de casa ou deixar vasilhas com água em alguns cômodos para melhorar a umidade do ar.
Cuide da saúde dos olhos: O clima seco pode afetar os olhos, tornando-os mais vulnerável a irritações. A recomendação é limpar os olhos com algodão umedecido em água esterilizada para evitar problemas oculares.