Prefeito acompanha as obras no local neste sábado
Localizado em Azambuja, Pedras Grandes, o primeiro cemitério dos imigrantes italianos do sul do Estado passará por restauração e terá um novo acesso para o fomento do turismo histórico.
As obras iniciaram na manhã deste sábado, dia 11. De acordo com o prefeito Agnaldo Filippi, o local terá um novo acesso na lateral e nos próximos dias será lançada a licitação para contratação da empresa responsável para fazer a restauração e preservar a memória dos imigrantes que partiram da Itália e chegaram no Sul de Santa Catarina. A necrópole conserva relíquias históricas, como cruzes de ferro, lápides inscritas na língua italiana e túmulos que datam do final de século 19.
Desde 2023 iniciaram os estudos técnicos para a restauração por uma equipe técnica especializada, composta de Arquiteto/Urbanista, Arqueólogo, Engenheiro civil, Restaurador, Museólogo e Historiador.
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Iniciam estudos para restauração do 1º cemitério de imigrantes italianos no Sul do Estado
Segundo o historiador museólogo Idemar Ghizzo, que chefia a equipe multidisciplinar, há relatos orais que o primeiro sepultamento teria ocorrido em um local próximo ao assentamento dos imigrantes e mais tarde transferidos para o local onde hoje se encontra o cemitério histórico, ocorrido ali um ano após a chegada dos pioneiros. Um imigrante italiano faleceu ao ser atingido na cabeça por um grande galho de árvore.
“É um dos mais importantes registros do período da colonização iniciada em 1877 em Azambuja que o município começa a restaurar, como homenagem aos imigrantes”, afirma o prefeito de Pedras Grandes, Agnaldo Filippi.
História
No livro escrito pelo desembargador Vieira Ferreira, que registra a memória sobre a fundação, pelo engenheiro Joaquim Vieira Ferreira de uma colônia de imigrantes italianos em Santa Catarina denominada Azambuja, há um precioso recorte a propósito do cemitério local.
“O alto monte à esquerda de quem chega pela estrada marginal ao rio Pedras Grandes foi o ponto de partida na construção do povoado. No sopé, à sombra da floresta, se pôs, por necessidade no momento, o primeiro cemitério, onde foi sepultado um colono atingido pelos galhos de uma árvore na continuação da derrubada com a cooperação dos imigrantes recém-chegados. Construiu-se outro depois, na encosta de um pequeno vale. Abriram-se duas ruas, a principal à margem direita do rio Pedras Grandes e a outra pela do Cintra, a começar de sua confluência. No ângulo formado a montante pelos dois rios aplanou-se uma praça triangular, alem da qual se elevava a última projeção do morro divisor de suas águas”, registrou Vieira Ferreira na obra intitulada “Azambuja e Urussanga”.