O entendimento da Justiça é que os problemas estruturais da rede elétrica causaram o incêndio e explicam a propagação das chamas, afastando fatores indivuais
Foto: Divulgação/Gazeta Press A Justiça do Rio de Janeiro absolveu nesta quarta-feira, 22, todos os réus envolvidos no processo da morte dos dez garotos da base do Flamengo em um incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em fevereiro de 2019.
O juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal, julgou as provas insuficientes e apontou para "dúvidas incontornáveis quanto à origem da ignição e da ausência de prova inconteste de qualquer conduta culposa individualizável".
O entendimento da Justiça é que os problemas estruturais da rede elétrica causaram o incêndio e explicam a propagação das chamas, afastando fatores indivuais.
Para o juiz, a denúncia do Ministério Público foi genérica e que os laudos criados foram feitos com hipóteses técnicas não comprovadas, desprovidas de controle empírico e incapaz de afastar causas alternativas plausíveis.
As vítimas eram adolescentes entre 14 e 16 anos. Três outras pessoas ficaram feridas e 11 pessoas respondiam pelo crime. Sete foram absolvidas na última sentença, enquanto os quatro envolvidos restantes já haviam sido inocentados anteriormente.
De acordo com a Polícia Civil, o incêndio foi causado por conta de um defeito no ar-condicionado e do material inflamável das paredes dos contêineres, local onde as crianças ficavam alojadas.
O Flamengo já havia anunciado acordos com todos os parentes das vítimas do incêndio. No total, 26 pessoas foram contempladas. A última foi a família do goleiro Christian Esmério, em fevereiro deste ano.