Juliana Garcia deu detalhes sobre sua recuperação e revelou que precisará participar de sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos da face e do corpo
Juliana Soares, de 35 anos, foi homenageada nesta segunda-feira, dia 25, pela Câmara Municipal de Natal com a Comenda Maria da Penha, reconhecimento concedido a pessoas que se destacam na luta contra a violência doméstica.
A cerimônia ocorreu pouco mais de um mês após ela ter sido brutalmente agredida com 61 socos pelo ex-namorado, atualmente preso, suspeito por tentativa de feminicídio.
Em discurso emocionado, Juliana afirmou que a honraria simboliza resistência e sobrevivência. "Eu me sinto honrada e feliz em representar um caso de quem conseguiu se levantar, mesmo diante de tanta agressão. Estou me reerguendo”, disse.
A vítima ressaltou ainda a importância da solidariedade às mulheres que sofrem violência. “Muitas permanecem no ciclo abusivo porque não têm a quem recorrer. Acolher sem julgamentos é essencial. Se eu consegui me levantar daquele elevador, outras também podem”, declarou, dedicando a comenda a todas as vítimas de violência doméstica. Juliana relatou que ainda enfrenta sequelas das agressões, como dificuldades de movimento no lado direito do rosto, mas destacou o apoio médico e psicológico que tem recebido. Após passar por uma cirurgia de mais de sete horas para reconstrução facial, ela afirmou que pretende retomar os estudos, o trabalho e participar de rodas de conversa e palestras.
“Eu nunca busquei holofotes, mas eles chegaram de forma trágica. Se esse espaço de visibilidade se abriu, vou utilizá-lo para encorajar outras mulheres a denunciar”, acrescentou.
O caso
A agressão ocorreu em 26 de julho, dentro do elevador de um condomínio em Ponta Negra, zona Sul de Natal. Antes do ataque, o casal discutiu na área de lazer, quando o agressor teria arremessado o celular de Juliana na piscina. Ela foi socorrida em estado grave e recebeu alta hospitalar em 4 de agosto.
O suspeito foi preso em flagrante e posteriormente denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte. A Justiça aceitou a denúncia e ele responde por tentativa de feminicídio, estando atualmente detido na Cadeia Pública de Ceará-Mirim.
Como denunciar
Casos de violência contra a mulher podem ser denunciados de forma anônima pelo telefone 180 (Central de Atendimento à Mulher), além dos canais da Polícia Civil e da Polícia Militar.
As informações são de IG