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Obras da série Fósseis Contemporâneos estarão em exposição no museu de Jaguaruna

Artista Miguel Anselmo apresenta telas que mesclam bordado e pintura a óleo, além de fazer uma reflexão sobre a vulnerabilidade humana e a importância da preservação dos sambaquis

Jaguaruna , 08/08/2024 12h37 | Atualizada em 08/08/2024 12h37 | Por: Redação Folha Regional

“O ser humano é frágil e transitório por natureza. O que podemos fazer para nos proteger é nos tornar mais fortes, abrigar-nos. Fortalecer nossa essência material.”

Este é o princípio que fundamenta as obras da série “Fósseis Contemporâneos – O povo do Sambaqui”, do artista Miguel Anselmo, e que estarão em exposição no Museu da Cidade de Jaguaruna a partir desta quinta-feira, dia 8.

Nas telas, cujo tema principal é a vulnerabilidade inata do homem – tema recorrente nas obras do artista -, suturas bordadas representam ossos, enquanto pinceladas precisas enganam os olhos e se transformam em azulejos, madeiras e papéis de parede.

“Os ossos, no meu trabalho, simbolizam a essência de vidro do ser humano, ao passo que os azulejos e demais elementos decorativos representam ambientes em que as pessoas se inserem para se proteger, nossas fortalezas exteriores, nossos abrigos”, complementa Miguel Anselmo.

Fósseis Contemporâneos – O povo do Sambaqui apresenta 20 telas e uma instalação. As telas mesclam bordado e pintura a óleo. A instalação é uma coluna vertebral de resina plástica e PVC sobre um amontoado de cal e conchas vindos dos sambaquis da cidade de Jaguaruna, devidamente liberados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ficando esta instalação também como um alerta para a preservação dos sambaquis. As obras foram produzidas entre 2014 e 2024. 

Exposição e educação 

Com a exposição das obras e um programa educativo paralelo, que apresentará duas oficinas semanais no pátio do Museu da Cidade de Jaguaruna, contemplando diversas faixas etárias, o foco do artista é trazer para a comunidade, além da arte, reflexões e aprendizados. As oficinas contarão com a colaboração do artesão Davi Leite e da professora de História Rosilda Padilha.

O programa educativo também será apresentado em escolas e entidades mais distantes, com oficinas pedagógicas e interações lúdicas, fomentando a cultura e dando a oportunidade àqueles que têm mais dificuldade de acesso ao Museu da Cidade. As obras permanecerão em exposição até 1º de novembro. 

O artista 

Miguel Anselmo é artista visual e restaurador. Natural de Porto Alegre, reside desde 2021 em Jaguaruna, terra natal de sua mãe e onde ele passou parte de sua infância. O artista é especializado nas técnicas de trompe l’oeil e ilusionismo. Em 1999, foi o único representante brasileiro no Festival de Trompe L’Oeil da cidade de Lodi, na Itália. Também dedica-se à restauração de obras de arte e da parte pictórica de prédios históricos. 

Folha Regional

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