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Maior onda do Brasil: Projeto pode tornar Jaguaruna e Nazaré cidades-irmãs

Proposta é debatida entre lideranças políticas, surfistas e empresários há alguns meses

Jaguaruna, 31/05/2023 08h31 | Atualizada em 01/06/2023 13h53 | Por: Redação Folha Regional
Luis Reis/Divulgação/Folha Regional

Conhecida mundialmente por suas ondas gigantes, a cidade de Nazaré, em Portugal, pode se tornar cidade-irmã de Jaguaruna. O projeto está sendo discutido pelo governo do Estado de Santa Catarina após apresentação dos potenciais turísticos de Jaguaruna em uma reunião com lideranças do município há poucos dias, em Florianópolis.

O projeto é debatido entre lideranças políticas, surfistas e empresários há alguns meses. A deputada federal Julia Zanatta é uma das incentivadoras do andamento do termo de cooperação entre as duas cidades. 

“A Laje da Jagua é um projeto que acompanho desde quando fui coordenadora da Embratur. Na época, nos mobilizamos para divulgar a nossa onda gigante de Jaguaruna. E agora o PL 1960/22, que concede ao município o título de Capital Nacional da Maior Onda do Brasil, é a consagração de um projeto que já vem sendo realizado há 20 anos por surfistas da região, como o amigo Thiago Jacaré”, comenta a deputada. 

Ela complementa que o termo de cooperação para que Jaguaruna seja reconhecida como cidade-irmã da cidade portuguesa de Nazaré, conhecida pelas ondas gigantes e recordes mundiais, já está em andamento pelo governo do Estado. “Tivemos um encontro com o governador Jorginho Mello e ele está comprometido em fazer sair do papel em breve. Será mais uma importante conquista para a região, atraindo cada vez mais turistas para Jagua e todo o nosso litoral de Santa Catarina.”

O acordo entre as cidades deve promover intercâmbios e cooperação de diferentes formas, nos campos da economia e comércio, esporte, turismo, lazer e cultura, com o objetivo de promover o desenvolvimento recíproco. 

“O governo do Estado quer investir forte no turismo voltado à Laje da Jagua, ao big surf, e isso vai abrir muitas portas para o crescimento da cidade”, diz o surfista Thiago Jacaré, que ano passado superou seus próprios limites ao surfar “a maior onda da vida”, segundo ele mesmo classificou, em Nazaré. 
Jacaré participou do Big Wave Awards, em Portugal, em janeiro de 2022, em busca do recorde mundial de maior onda surfada na cidade e encarou o swell com uma onda de cerca de 20 metros de altura.

Laje da Jagua, a maior onda do Brasil

Localizada a cerca de 5 quilômetros da costa da praia de Jaguaruna, ela sempre esteve lá. Em área de fundo arenoso e trechos rochosos, cria verdadeiros monstros do mar que se tornaram o pesadelo de embarcações e o sonho dos surfistas. Até então conhecida como cemitério de navios, com mais de 70 naufrágios registrados, a Laje da Jagua foi descoberta em 2003, quando recebeu os primeiros eventos competitivos de tow-in (modalidade de surfe de ondas grandes com o auxílio de jet-ski) e mostrou sua imponência com ondas que chegam a bater 15 metros de altura.

A proeza de surfar ondas gigantes em Jaguaruna tem sido difundida há 20 anos pelos surfistas locais, tornando o pico conhecido mundialmente e impulsionando a busca pelo título de maior onda do Brasil.

Após anos de dedicação, veio o reconhecimento. Foi aprovado na Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados na última quarta-feira, dia 24, o projeto que concede a Jaguaruna, pela Laje da Jagua, o título de Capital Nacional da Maior Onda do Brasil. O Projeto de Lei nº 1960/2022 teve relatoria do deputado federal Daniel Freitas e autoria da ex-deputada federal Angela Amin. 

“É o primeiro título de Jaguaruna a nível federal. Cheguei a me emocionar”, comentou o surfista Thiago Jacaré, um dos principais nomes do movimento para tornar a Laje da Jagua reconhecida para além de Jaguaruna. Thiago lembra que foram anos de luta até a aprovação do título. Ele avalia que a conquista histórica deve alavancar o turismo não só em Jaguaruna, mas no Estado. “Para Jaguaruna e Santa Catarina isso é muito importante. Consolida o turismo no Estado”, comemora o surfista.

No Brasil, a Laje da Jagua é, na opinião de muitos atletas profissionais, o melhor lugar para a prática do surf de ondas grandes no país, chegando a ser comparada à Praia de Nazaré, em Portugal. 

Para o deputado Daniel Freitas, relator do projeto, o título irá atrair grandes campeonatos para Jaguaruna, favorecendo a economia local e regional. “Eu sou de Santa Catarina, sou surfista desde criança e me sinto um privilegiado por ter tido fácil acesso às famosas ondas desse Estado maravilhoso que é Santa Catarina”, pontua. 

Campeonatos internacionais no município

Com o título de Capital Nacional de Maior Onda do Brasil, Jaguaruna se organiza para receber surfistas nacionais e internacionais e sediar grandes eventos que promovam o turismo esportivo. 

De acordo com o surfista Thiago Jacaré, a Praia do Cardoso, em Laguna, foi escolhida para sediar a abertura do primeiro Circuito Brasileiro de Ondas Grandes, realizado pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Mas a Laje da Jagua se prepara para também sediar outros campeonatos em breve. 

Nesta semana, o deputado federal Eduardo Bolsonaro esteve em Florianópolis em visita ao governador Jorginho Mello e, junto com a deputada federal Julia Zanatta, também debateu sobre o fomento à Laje da Jagua. “Falamos com a secretária adjunta de Turismo de Santa Catarina e com a deputada Júlia Zanatta sobre a Laje de Jaguaruna, que pode, junto com Rio e Maresias, sediar o campeonato de ondas gigantes no Brasil. A Laje da Jagua já é apelidada de a Nazaré Brasileira”, compartilhou o deputado em suas redes sociais.

Gigante de Jaguaruna deve impulsionar turismo e atrair novos investimentos

Com mais de 37 quilômetros de praias, Jaguaruna é naturalmente um dos principais destinos turísticos na alta temporada na região e uma das primeiras cidades da região a conquistar um título federal, o de Capital Nacional da Maior Onda do Brasil, na Laje da Jagua.

Segundo o projeto que confere o título ao município, “embora haja outros locais com características que permitem a formação de ondas grandes no país, como a Laje da Avalanche (ES) e Laje da Besta (RJ), nenhuma delas conta com ondas grandes durante o ano inteiro, tampouco tem registro de ondas tão altas quanto as da Laje da Jagua”. 

De acordo com o prefeito de Jaguaruna, Laerte Silva dos Santos, essa visibilidade que o título dá à cidade já está chamando a atenção de novos investidores. “O ramo turístico deve ser aquecido com o título e atrair novos investidores para o nosso município, principalmente do ramo hoteleiro. Já se tem várias cogitações de grandes empresários querendo investir nesse ramo dentro do nosso município”, afirma. 

A empresária Fernanda Pozzebon, sócia da Kamuri Empreendimentos Imobiliários, acompanha o crescimento do município e afirma que a cidade deve ser um dos destinos mais procurados, principalmente pós-pandemia, em que as pessoas começaram a pensar mais em tranquilidade e segurança. “Jaguaruna hoje é uma cidade com grande potencial de crescimento, e muito procurada por investidores. Além disso, após a pandemia os destinos de praia se tornaram mais procurados, pois todo mundo tem o sonho de morar na praia, e a tranquilidade e a segurança do local auxiliam”, avalia.

Ela conta que a empresa tem planos de investimento no município e está em negociação com outras empresas grandes para investir no local. A ideia é lançar em breve um novo empreendimento no Balneário Camacho. “A Kamuri hoje está lançando um empreendimento voltado para o investidor, tanto para veraneio quanto moradia, porém, com gestão profissional. Um imóvel que produzirá receita. E sempre com o foco na sustentabilidade. A Kamuri, hoje, será a pioneira num imóvel sustentável e que tratará seu próprio esgoto de forma 100% privada, entregando resíduos puros e próprios para reúso”, projeta Fernanda.

Folha Regional

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