Projeto inaugura uma nova era de tecnologia aplicada ao atendimento de alta complexidade no sistema público de saúde
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil O Ministério da Saúde confirmou que o Hospital das Clínicas da USP será a sede do primeiro hospital inteligente do SUS, um projeto que marca um avanço significativo na modernização da saúde pública no Brasil. Além da nova unidade, a iniciativa inclui a criação de uma rede nacional de medicina de alta precisão, com 14 UTIs distribuídas pelas cinco regiões do país e a atualização de centros de referência no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
A proposta foi oficializada após a assinatura de um acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde, a USP e o governo paulista, responsável pela cessão do terreno. O investimento estimado é de R$ 1,7 bilhão, recurso solicitado junto ao Banco do BRICS para viabilizar toda a estrutura de tecnologia e inovação prevista.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o projeto só se tornou possível graças a uma articulação internacional que envolve bancos de fomento, instituições de pesquisa e parceiros estratégicos. Ele destaca que o Brasil entra em uma nova fase, em que inteligência artificial, sistemas avançados de informação e práticas inovadoras começam a transformar a forma como o SUS atende pacientes de alta complexidade.
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A liderança técnica do projeto é da professora Ludhmila Hajjar, especialista em emergências da Faculdade de Medicina da USP. Ela ressalta que o hospital inteligente trará benefícios diretos para pacientes graves, especialmente os atendidos em situações de urgência.
De acordo com Hajjar, tecnologias capazes de reduzir tempo entre diagnóstico e tratamento permitirão intervenções mais personalizadas e precisas. “É um passo decisivo para levar medicina de alta performance ao sistema público”, afirmou.
O novo hospital faz parte do Programa “Agora Tem Especialistas”, que busca expandir e qualificar a atenção especializada no SUS. A rede de serviços inteligentes deve integrar unidades de referência em diferentes estados, garantindo dados compartilhados, suporte remoto e decisões clínicas mais ágeis.
A consolidação do projeto ganhou força ao longo do ano. Em março, a proposta foi apresentada ao Banco dos BRICS. Em julho, foi reforçada durante encontro internacional no Rio de Janeiro. Já em outubro, acordos de cooperação tecnológica foram assinados na China, ampliando o apoio para a construção do instituto.
Uma equipe técnica do Banco dos BRICS já visitou o local destinado ao novo instituto dentro do Hospital das Clínicas. A assinatura do ACT entre o Ministério da Saúde, o governo paulista, a Faculdade de Medicina da USP e o próprio HC-USP foi a última etapa antes da avaliação final do banco.
Com isso, o projeto avança para a fase decisiva e deixa o SUS mais próximo de inaugurar sua estrutura mais moderna, voltada para atendimento emergencial de alta complexidade, com foco em tecnologia, eficiência e medicina de precisão.