Pedro João, de 79 anos, foi surpreendido pelo neto que tocou violão e cantou algumas canções que ele gostava de ouvir
Internado na UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição há quase 40 dias, seu Pedro João, de 79 anos, recebeu uma surpresa que levou esperança e alegria em meio ao cenário difícil que enfrenta.
Ele foi surpreendido pelo próprio neto, que com voz e violão o fez lembrar um pouquinho de sua antiga rotina.
Pedro, segundo o neto, é muito ativo e sempre gostou de cantar com os amigos, principalmente com seu irmão. Membro ativo da Associação Coral São Ludgero por mais de 30 anos, a música faz parte de sua vida.
Para ele ouvir a “moda” cantada pelo neto foi motivador e reconfortante. Esta ação faz parte do projeto “O que importa para você?”, prática humanizada que busca dar conforto ao paciente durante a internação estimulando conversas mais significativas entre profissionais de saúde e pacientes, e criando um elo de compaixão e empatia entre eles.
Dia Nacional da Humanização
O Dia Nacional da Humanização é celebrado no dia 29 de novembro em todo o país. Para comemorar a data, o Hospital Nossa da Conceição, através da Comissão de Humanização, implanta o prontuário afetivo beira leito na Unidade de Terapia Intensiva Adulta. A iniciativa, tem o objetivo de promover maior proximidade entre o paciente, a equipe assistencial e a família, possuindo como base a valorização da individualidade do paciente.
Em uma arte colorida, o novo modelo de prontuário traz informações com valores sentimentais, a música e a comida preferida do paciente, a maneira como gosta de ser chamado, entre outras informações. O instrumento de identificação é complementar ao prontuário tradicional, e visa favorecer uma relação de respeito, união e afeição, além de criar um vínculo de confiança também com a família, tornando o atendimento mais personalizado, valorizando a subjetividade e a individualidade do paciente.
A coordenadora da UTI Adulto, Liliane Braga, diz que este projeto é um resgate das relações afetivas que contribui para uma assistência mais humanizada. A equipe gosta e se sente mais próxima ao paciente quando sabe da vida dele fora do hospital. “Os colaboradores do setor se sensibilizaram com a reação dos pacientes e familiares ao responderem as perguntas do prontuário afetivo de forma emotiva. Eles relatam que ao responder o documento a voz fica embargada, os olhos lacrimejam e no final das perguntas, observa-se um alívio e um agradecimento gentil após este acolhimento”, conta a enfermeira do setor Regiane Pereira.
Luiza Borges, psicóloga hospitalar e vice-presidente da Comissão destaca que o projeto vem como uma abordagem cautelosa e humana que valoriza a vida e a dignidade dos pacientes e transforma a Unidade de Terapia Intensiva Adulto em um espaço mais acolhedor.