Sogra do autor falou à Polícia Civil no hospital e contou que genro era controlador
Duas semanas após a tragédia que chocou Santa Catarina, a única sobrevivente da chacina em Joinville prestou seu primeiro depoimento à Polícia Civil. Rita de Cassia Pereira Araujo Silva, de 65 anos, foi ouvida pelo delegado Dirceu Silveira na tarde de quarta-feira (25), no Hospital São José, onde segue internada.
Rita foi baleada pelo genro, identificado como Ramzi Mohsen Hamdar, de 49 anos, que matou a esposa, Ingrid Iolly Araujo Silva Berilo, de 32 anos, e os dois filhos dela — uma menina de 11 anos e um adolescente de 15 anos. Após o crime, Ramzi tirou a própria vida.
Segundo a Polícia Civil, Rita relatou que acordou na madrugada de 11 de setembro ao ouvir disparos de arma de fogo. Ao sair do quarto, encontrou a filha já caída no corredor, sem vida. Nesse momento, foi atingida por diversos tiros disparados pelo genro.
Leia também: Polícia Civil conclui inquérito e indicia mãe pelo assassinato de criança de 2 anos em Balneário Gaivota
Mesmo ferida, conseguiu pedir socorro. Ela ainda declarou que Ramzi era controlador e que mantinha uma relação difícil tanto com a sogra quanto com os enteados.
Apesar das tensões familiares, Rita afirmou que não houve discussões ou brigas na noite anterior ao crime, o que reforça a linha de investigação de que o ato pode ter sido premeditado.
O delegado Dirceu Silveira informou que aguarda os laudos periciais e de balística das vítimas e do autor para verificar se havia uso de álcool ou drogas. Ele também pretende ouvir outros familiares de Rita antes de concluir o inquérito.
Ramzi deve ser indiciado por feminicídio contra Ingrid e a filha de 11 anos, tentativa de feminicídio contra a sogra e homicídio contra o adolescente de 15 anos.
A chacina ocorreu por volta das 3h da madrugada de 11 de setembro, quando vizinhos ouviram cerca de 20 disparos. O irmão de Ramzi encontrou o homem morto no primeiro andar da casa, com uma pistola calibre .380.
No segundo andar, estavam as vítimas: Ingrid caída no corredor, a filha de 11 anos sobre a cama de um dos quartos, e o adolescente de 15 anos próximo à porta, já sem vida. Rita, gravemente ferida, foi socorrida e levada ao Hospital São José, onde sobreviveu.