O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) suspendeu preventivamente por 30 dias o presidente do Sergipe, Ernan Sena, pela agressão ao árbitro Bráulio da Silva Machado depois do empate diante do Botafogo, pela Copa do Brasil, na última quinta-feira. O resultado eliminou o clube nordestino do torneio. Não gostaria de iniciar a coluna desta semana com este tipo de chamada, mas se faz muito necessário pela onda de violência e desinformação que surgiu após o término da partida em Aracaju. Foi uma agressão injusta e desnecessária contra um profissional da arbitragem e seus auxiliares, com um presidente nervoso e triste pela incompetência do seu clube em campo, punido com acréscimos que constam nas regras do jogo - aliás, era para ser mais. De forma impensada, ele poderia ter desencadeado um linchamento dentro de um estádio de futebol se a torcida entra na onda e invade o campo para agredir o trio de arbitragem.

Manifesto do Sinafesc 

Li e também ouvi absurdos sobre o ocorrido. De forma correta o Sinafesc fez um legítimo manifesto contra a agressão em Sergipe. Ao fundo a torcida em coro mandava o árbitro tomar naquele lugar, num gesto de ignorância e desrespeito contra o ser humano, pai de família, que sai de casa, deixa esposa, filha e família para desenvolver tudo que aprendeu nos cursos tanto da FCF e CBF quanto FIFA, para chegar e ser agredido de forma covarde pelo presidente de um clube de futebol que deveria o receber com, no mínimo, educação. Em 2019, na Copa São Paulo de Futebol Jr, na partida do Tubarão e Mantiqueira, o então presidente da época, Dado de Oliveira, foi me receber no portão. Naquele momento seria o único veículo de imprensa para transmitir a partida em Guaratinguetá.

Rasteira em Governador Valadares

A onda de ignorância e falta de preparo rodou o Brasil. Em Governador Valadares (MG), após o apito final do jogo entre Democrata e Atlético, crianças e adolescentes invadiram o gramado para tietar o atacante Hulk. Entre eles, um menor correu pelo gramado e levou uma rasteira de um fiscal da FMF (Federação Mineira de Futebol), caindo com o rosto chão. Antes de levar a rasteira, um policial militar acertou a perna do menino com cacetete. O garoto estava acompanhado dos pais e invadiu o campo para tirar uma foto com o goleiro Everson, do Atlético. O menor conseguiu a foto após o ocorrido, mas ficou com o nariz sangrando para fazer o boletim de ocorrência.