“No Brasil, imposto esquecido é lucro perdido.”
Com a aprovação da Reforma Tributária, muitos pequenos empresários ficaram em dúvida se o Simples Nacional vai acabar ou perder as vantagens que sempre teve. A boa notícia é que o Simples continua existindo, mas com algumas mudanças importantes que merecem atenção.
O Simples foi criado para descomplicar a vida das micro e pequenas empresas, reunindo vários tributos em uma única guia, o DAS. Isso não muda. A diferença é que, aos poucos, o PIS, a Cofins, o ICMS, o ISS e o IPI deixam de existir e serão substituídos por dois novos impostos:
• CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – federal
• IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – estadual e municipal
Esses impostos vão atingir todas as empresas, inclusive as do Simples.
A novidade é que surge a possibilidade de um regime híbrido: o empresário do Simples poderá optar por pagar o CBS e o IBS “fora” do DAS. Isso significa que ele terá direito a gerar créditos para seus clientes, algo que pode ser decisivo em alguns setores.
Na prática, o que isso quer dizer?
• Para quem vende direto ao consumidor final (padaria, salão de beleza, loja de roupas), o Simples tradicional continua sendo vantajoso. Afinal, o cliente pessoa física não aproveita crédito de imposto.
• Já para quem vende para outras empresas (B2B), pode ser que os clientes comecem a exigir nota com crédito de imposto. Nesse caso, avaliar o regime híbrido pode ser estratégico, mesmo que traga mais burocracia.
Portanto, o Simples não acabou e continua sendo uma ótima escolha para a maioria dos pequenos negócios. Mas o empresário precisa abrir os olhos: cada vez mais será importante entender quem é o cliente, como funciona sua cadeia de fornecimento e se vale a pena gerar crédito de impostos.
A reforma não tirou o Simples. Apenas deixou claro que, no Brasil, até o simples precisa ser bem planejado e não tem nada de simples.

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