Nesta semana repercutiu uma ocorrência de crime ambiental constatada pela Polícia Militar Ambiental de Laguna, em que diversos veículos foram flagrados transitando irregularmente sobre as dunas do município de Imbituba, causando danos à vegetação de restinga. A ação ocorreu após denúncias recorrentes sobre a prática ilegal.

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Motoristas são flagrados em crime ambiental ao transitar em dunas na região

Os autores da infração foram identificados e responderão penal e administrativamente, de acordo com a Lei Federal 9.605/1998, que define crimes contra o meio ambiente, e o Decreto Federal nº 6.514/2008, que dispõe sobre infrações e sanções administrativas ambientais.

Um dos motoristas autuados procurou a reportagem da Folha Regional para dar sua versão sobre o ocorrido. O empresário Oséias Casali, de Capivari de Baixo, conta que faz parte de um grupo de trilheiros e que costumam realizar ações sociais e ajudar em resgates.

Em seu relato registrado em boletim de ocorrência (BO) policial, ele conta que estava em Tubarão quando um amigo entrou em contato afirmando que havia atolado seu veículo na praia de Ibiraquera e que precisava de ajuda para sair do local. 

O motorista avisou o amigo que o local em que estava era proibido a circulação de veículos e foi até o endereço com sua caminhonete Frontier. Ele também acionou outro conhecido e ambos entraram na trilha para resgatar o veículo atolado. Nesse momento, os motoristas foram abordados pela Polícia Militar Ambiental.

Ainda conforme relatado no BO, os policiais questionaram o motorista se teria conhecimento de que a estava em uma Área de Preservação Permanente (APP), área de restinga, e ele afirmou que só entrou no local para resgatar o amigo. 

Em suas redes sociais, a Polícia Militar Ambiental destacou que a restinga é um ecossistema costeiro extremamente frágil e rico em biodiversidade. O tráfego de veículos sobre as dunas causa erosão, compactação do solo e morte da vegetação, além de perturbar a fauna local.

“É importante a preservação das áreas de restinga e pedimos a colaboração da população para denunciar crimes ambientais. Através de ações educativas e fiscalizadoras, a corporação busca garantir a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade dos ecossistemas”, afirma a Polícia Militar Ambiental.

O empresário Oséias Casali, um dos motoristas abordados, destacou que o local não possui sinalização sobre a proibição e emitiu uma nota detalhando o ocorrido, onde afirma que não estava circulando nas dunas, e que só foi até o local para auxiliar o amigo.

Confira a nota na íntegra:

“No último domingo, recebemos um pedido de ajuda de um amigo que havia ficado atolado nas dunas de Imbituba. Cientes da proibição de trafegar nessa área, não estávamos lá para explorar ou andar nas dunas, mas sim para prestar assistência a alguém em dificuldade. Nosso amigo, que não conhecia a proibição, acabou entrando na área e ficando preso, motivo pelo qual nos acionou.

Quando chegamos ao local, nossa única intenção era remover o veículo atolado e sair da área proibida o mais rápido possível. Infelizmente, fomos flagrados pela polícia ambiental no exato momento em que realizávamos essa operação de resgate. Reconhecemos a importância das normas ambientais e respeitamos as regulamentações que visam proteger essas áreas sensíveis. Em nenhum momento tivemos a intenção de desrespeitar essas regras.

Gostaríamos também de destacar que o grupo 4x4 ao qual pertencemos tem um histórico de prestação de ajuda em situações de emergência, incluindo resgates durante enchentes e outras adversidades naturais. Nosso objetivo sempre foi contribuir positivamente para a comunidade, oferecendo apoio em momentos de necessidade.

Acreditamos que a divulgação dos fatos nas redes sociais não refletiu toda a complexidade da situação e acabou por gerar um mal-entendido. Não estávamos envolvidos em atividades recreativas nas dunas, mas sim respondendo a um pedido de ajuda. 

Agradecemos a oportunidade de esclarecer nossa posição”