Dezessete criminosos receberam penas que vão de 9 a 50 anos de prisão. Um policial militar de Tubarão foi baleado durante o crime
Treze homens e quatro mulheres envolvidos no mega-assalto ao Banco do Brasil em Criciúma, em 2020, foram condenados a penas de 9 a 50 anos de prisão nesta quarta-feira, dia 26. Os criminosos levaram R$ 125 milhões e as autoridades consideram este roubo como o maior da história do Estado.
O crime, que ocorreu na modalidade chamada de "novo cangaço", quando os assaltantes tomam o controle de pequenas cidades, completará 4 anos no sábado, dia 30. Um policial militar foi baleado e se feriu com gravidade. O cabo PM reformado Jeferson Luiz Esmeraldino, mora em Tubarão, e luta para sobreviver após ter perdido os movimentos.
Conforme a sentença, os autores diretos do assalto receberam penas de 36 a 50 anos de prisão. Já os membros da organização que auxiliaram na ação foram condenados a 9 anos de prisão. Entre os criminosos condenados há quatro mulheres.
Nas primeiras fases das investigações, foram identificados dez homens que participaram diretamente do roubo naquela noite, utilizando fuzis, veículos blindados e diversos explosivos, para atacar a tesouraria regional de um banco, no centro da cidade.
Os crimes atribuídos a esses autores envolveram latrocínio, pois na ação um policial militar foi gravemente ferido, participação em organização criminosa e dano.
A investigação foi conduzida pela Delegacia de Roubos e Antissequestro-DRAS da DEIC, juntamente com as unidades da Polícia Civil de Criciúma, e contou com o apoio das diversas forças de segurança: Polícia Científica, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Brigada Militar e também do Ministério Público de Santa Catarina.
Ataque
Na noite do crime, por volta das 23h50, cerca de 30 homens com armas de grosso calibre cercaram a área central da cidade, onde fica o banco, provocaram incêndios, bloquearam ruas e acessos e atiraram várias vezes. Foram feitos reféns e quando os criminosos fugiram parte do dinheiro ficou espalhado nas ruas, além de 30 quilos de explosivos.
Na ação, os criminosos utilizaram dez veículos, nove deles blindados, usavam todos eles coletes balísticos e portavam fuzis, além de duas metralhadoras calibre .50, capazes de perfurar blindagens e atingirem aeronaves.
Na fuga houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia e os criminosos conseguiram fugir com carros. Um galpão usado para a pintura dos veículos foi encontrado em 2 de dezembro em Içara, cidade vizinha a Criciúma.
Investigações
Desde assalto, a investigação esteve em sigilo e ao menos dois inquéritos criminais foram abertos. No primeiro, foram denunciados envolvidos da organização criminosa. No segundo, os réus (parte deles já citados no primeiro inquérito) responderam por roubo qualificado com o resultado de lesão corporal grave, dano qualificado e incêndio. Além dos processos, um inquérito civil foi aberto para questionar o motivo da inexistência de um confronto entre as forças de segurança com a quadrilha. Cerca de quatro meses depois, em abril de 2021, o caso foi arquivado.
O fim do procedimento ocorreu, segundo o Ministério Público, após a Secretaria de Segurança Pública (SSP) comprovar que já adotava diversas ações no setor que eram similares às recomendações feitas pelo órgão.
As informações são de G1SC