Cidasc emitiu uma nota de alerta para o consumo de mexilhões neste domingo
Moradores da região apresentaram intoxicação alimentar após consumir mariscos coletados na região de Laguna e Imbituba nos últimos dias.
Uma das principais suspeitas é a ocorrência de “maré vermelha”, um fenômeno natural causado pela presença e proliferação de algas tóxicas, com reflexos ambientais e risco à saúde humana, que acontece principalmente durante as altas temperaturas. O nome do fenômeno se dá por causa da coloração na água deixada pelas algas.
“Comemos ontem. Compramos o marisco fresco na praia, em Imbituba. Somos em 9 pessoas e todas passando mal!”, comentou uma moradora em uma publicação da página Informações da Pesca IDP sobre o caso. “Eu sou uma das pessoas a passar mal e meu esposo também. Somos de Imbituba, comemos mexilhões do costão local”, disse outra moradora.
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Microalgas produzem toxina durante a “maré vermelha”, e os moluscos ao se alimentarem delas acabam acumulando a substância nas suas glândulas digestivas. Neles isso não causa nenhum dano, no entanto aos seres humanos pode provocar náuseas, dores abdominais, vômitos e diarreia.
A Polícia Militar Ambiental de Laguna confirmou à Folha Regional os casos de intoxicação. “Coincidentemente tem uma pessoa conhecida minha que comeu marisco e passou mal. A toxina gera incômodo, diarreia forte e dores intestinais. Ainda não há nada oficial, mas entramos em contato com a Epagri, que deve sair a campo para pesquisa sobre ocorrência de maré vermelha”, comentou o sargento Robson Vieira. Ele destaca ainda que uma equipe saiu a campo para coletar amostras de água e indivíduos para enviar ao laboratório neste domingo, dia 29.
Vieira destacou que ainda está vigente o período de defeso do mexilhão, que iniciou no dia 1º de setembro e encerra nesta terça-feira, dia 31.
O defeso do mexilhão é uma medida do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O objetivo é proteger os animais durante a reprodução, mantendo o equilíbrio ambiental e os estoques pesqueiros.
Moradores passam mal após consumo de mariscos
A moradora Ana Machado Lopes foi uma das que passaram mal após consumir mariscos em uma praia de Imbituba neste fim de semana. "Estávamos na praia do Porto este fim de semana, onde temos um rancho. Chegou um barco com mariscos frescos que haviam sido retirados do costão. Nós adoramos e sempre comemos mariscos. Compramos uma caixa. Ontem estávamos com uma turma de amigos confraternizando lá e a maioria comeu. Comemos em torno do meio-dia. Fim de tarde fomos começando a sentir os sintomas. Dor abdominal, alguns vômito, e outros diarreia. Estamos em contato com todos e todos ainda estão se sentindo mal", comentou neste domingo, dia 29. Ela conta que outras pessoas também confirmaram que consumiram mariscos na região e sofreram intoxicação.
Cidasc alerta para cuidados no consumo de mexilhões
Após casos de intoxicação alimentar, a Cidasc emitiu uma nota técnica de alerta à população neste domingo, dia 29. Conforme a Companhia, até o momento, os resultados do monitoramento realizado rotineiramente pela Cidasc nos locais de produção de moluscos bivalves (ostras, mexilhões, vieiras e berbigões) no Estado de Santa Catarina não detectaram presença de toxina produtora de intoxicação em seres humanos. Cabe ressaltar que os municípios de Imbituba e de Laguna não possuem áreas de produção e, portanto, não são alvo de monitoramento oficial.
Em função das notificações, para fins de investigação de prováveis causas da intoxicação, reforçando o compromisso com a saúde pública, a Cidasc realizará nova análise na área de produção do Pântano do Sul e também está realizando coletas para análises nos municípios de Imbituba e de Laguna, ainda neste domingo, dia 29. Assim que saírem os resultados, os mesmos serão divulgados e as recomendações atualizadas.
Com o objetivo de prevenir intoxicações causadas por moluscos bivalves, a Cidasc ressalta que não é recomendado o consumo de moluscos bivalves retirados de costões e ilhas, por serem áreas que não são alvo de monitoramento oficial. A Cidasc monitora constantemente as áreas de cultivo para preservar a saúde dos consumidores. A alga Dinophysis, quando se prolifera na água, libera a toxina ácido ocadaico, que os moluscos absorvem ao filtrar a água do mar.
Fique atento
A toxina não prejudica a saúde destes animais aquáticos, mas pode provocar sintomas gastrointestinais em humanos que se alimentarem da carne dos moluscos bivalves em que ela esteja presente. Enjôo, diarreia e vômito podem ser sintomas de intoxicação: neste caso, busque atendimento médico e notifique a Vigilância Sanitária e a Cidasc pelo número da Ouvidoria de Santa Catarina 0800 644 8500.
Monitoramento constante
Santa Catarina é o maior produtor nacional de moluscos e realiza o monitoramento permanente das áreas de cultivo de moluscos bivalves. O Molubis: Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros é um dos procedimentos de gestão e controle sanitário da cadeia produtiva, permitindo maior segurança para os produtores e consumidores.