Ele segue nos EUA após fim da licença parlamentar de 120 dias
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, fez uma live para anunciar que não vai renunciar ao mandato com o fim da licença dele de 120 dias neste domingo, dia 20.
Há cerca de quatro meses, ele deixou o Brasil e foi morar nos Estados Unidos. De acordo com regimento interno da Câmara, o parlamentar pode ser cassado por faltas, se não voltar ao trabalho.
Mas o deputado que pode conseguir “levar o mandato” por mais três meses. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou nesta segunda-feira, dia 21, que o objetivo do partido é mantê-lo no cargo até o fim da legislatura, mesmo com o parlamentar residindo no exterior.
“Até o dia 4 [de agosto], não há faltas por conta do recesso. Depois disso, ele pode se ausentar. Estamos buscando soluções para que ele continue exercendo o mandato até o final”, disse Sóstenes.
A declaração ocorre em meio a críticas internas à permanência de Eduardo fora do país, especialmente após o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sóstenes minimizou os atritos recentes e defendeu o deputado: “Teve ruído, sim. Ele e o governador Tarcísio [de Freitas, de São Paulo] se estranharam, mas isso já está superado. Zero estresse. Estamos solidários e gratos pelo trabalho que ele tem desempenhado. O tarifaço não foi ele que pediu, foi uma decisão de Trump. O que ele solicitou foi a suspensão dos vistos e outras medidas que agora começam a aparecer”, afirmou o líder.
Mesmo durante o recesso parlamentar, a bancada do PL se reúne nesta segunda-feira para discutir as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a usar tornozeleira eletrônica na semana passada por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Eduardo deve participar do encontro por videoconferência.
Ao fim do dia, está prevista a ida de Bolsonaro ao Congresso, onde ele deve falar com a imprensa em uma coletiva.
No Supremo Tribunal Federal, Eduardo Bolsonaro é investigado por atuar junto ao governo dos Estado Unidos para promover medidas de retaliação ao Brasil e ministros do STF e tentar barrar a ação penal contra o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado.
O deputado disse que não haverá recuo, que está disposto a ir às últimas consequências e que seu objetivo é retirar o ministro Alexandre de Moraes da suprema corte.
Na última sexta-feira, os Estados Unidos ainda determinaram revogação de vistos do ministro Alexandre de Moraes e “aliados na Corte”, sem deixar claro quais ministros do STF vão ser atingidos pela decisão.
A medida veio no mesmo dia em que o Supremo autorizou pedido da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República para que Jair Bolsonaro colocasse tornozeleira eletrônica e mantivesse reclusão domiciliar noturna. A PF e PGR alegam que há risco do ex-presidente fugir do país.