Governo americano acusa presidente da Venezuela de narcotráfico e reforça sanções
Os Estados Unidos anunciaram que dobraram a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões). O governo americano acusa o líder chavista de ser “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.
O anúncio foi feito pela procuradora-geral Pam Bondi, que publicou um vídeo na rede social X reiterando as acusações de envolvimento de Maduro com organizações criminosas internacionais.
Segundo Bondi, Maduro teria ligação direta com o Tren de Aragua, facção criminosa venezuelana classificada pelos EUA como organização terrorista, e com o Cartel de Sinaloa, uma das redes de tráfico mais poderosas do México.
A Agência Antidrogas (DEA) afirma já ter apreendido 30 toneladas de cocaína ligadas ao governo venezuelano, sendo quase sete toneladas relacionadas diretamente a Maduro. O Departamento de Justiça também alega que o chavista teria usado o tráfico como forma de “inundar os Estados Unidos de drogas”.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, classificou a nova recompensa como “patética” e uma “propaganda política” dos EUA. Ele afirmou que a medida busca apenas criar uma “distração desesperada” em meio a críticas internas contra a atuação do governo americano.
Maduro, que está no poder desde 2013 após a morte de Hugo Chávez, já havia rejeitado em outras ocasiões as acusações de envolvimento com o narcotráfico.
As hostilidades entre Caracas e Washington se intensificaram durante o governo de Donald Trump, que reconheceu Juan Guaidó como presidente interino em 2019 e aplicou sanções econômicas severas contra o regime chavista.
Apesar da pressão,Maduro se manteve no poder e a oposição acabou encerrando o “governo paralelo” de Guaidó em 2023. Ainda assim, os EUA mantêm investigações e sanções ativas contra o governo venezuelano.
Em junho, Hugo Carvajal, ex-chefe da inteligência militar da Venezuela e antigo aliado de Maduro, foi condenado nos EUA por tráfico de drogas após fechar acordo de colaboração.