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COTIDIANO

Relatório final de comissão da Alesc prevê aplicação da Reurb na área da APA da Baleia Franca

Comissão Mista da Alesc aprova Reurb para regularizar comunidades consolidadas na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca

Jaguaruna, 19/11/2025 20h11 | Por: Redação Folha Regional
Jeferson Baldo/Agência AL/Divulgação/Folha Regional

A Comissão Mista criada na Assembleia Legislativa para discutir impasses existentes a partir de ocupações na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, no sul catarinense, concluiu seus trabalhos na manhã desta quarta-feira, dia 19, com o entendimento de que é possível aplicar processos de Regularização Fundiária Urbana (Reurb) em favor das comunidades consolidadas nos municípios da região.

A posição foi externada em parecer complementar do relator da Comissão Mista, deputado José Milton Scheffer (PP), aprovado por unanimidade na terceira reunião do colegiado criado em dezembro de 2024.

O presidente, deputado Volnei Weber (MDB), encaminhará o relatório final à Câmara dos Deputados e ao Senado, onde representantes da bancada federal catarinense também estudam o impasse fundiário, que, segundo estimativas, atinge cerca de 50 mil moradores.

Viabilidade da aplicação da Reurb

O deputado José Milton Scheffer (PP) solicitou parecer da Consultoria Geral da União (CGU), sobre a questão que envolve a superposição de áreas da APA da Baleia Franca com o zoneamento da Mata Atlântica, e chegou a conclusão que mesmo com restrições do ICM-Bio e do Ministério do Meio Ambiente, é possível aplicar a Reurb, conforme entendimento da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades.

"A Reurb só não pode ser aplicada em áreas de segurança nacional e de defesa nacional". Por isso, ele entende que "as ocupações consolidadas podem ser regularizadas, desde que feitas as devidas compensações".

A Reurb é um conjunto de medidas para legalizar áreas urbanas ocupadas informalmente, incorporando-as ao ordenamento territorial, prevista no Estatuto da Cidade e regulamentada pela Lei nº 13.465/2017. O processo legaliza a posse para os moradores, garantindo acesso a serviços públicos e propriedade registrada.

Histórico da comissão e abrangência da APA

A comissão foi criada em dezembro de 2024, a partir de requerimento apresentado pelo deputado Volnei Weber, constituída por integrantes das comissões de Pesca e Aquicultura, de Turismo e Meio Ambiente e de Assuntos Municipais. Além de Weber e José Milton, aprovaram o relatório final os deputados Rodrigo Minotto (PDT), Emerson Stein (MDB) e Ivan Naatz (PL).

A APA foi criada em 2000 com o objetivo de proteger a baleia franca, além de ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região, a ocupação e utilização do solo e das águas, bem como ordenar o uso turístico e recreativo, atividades de pesquisa e o tráfego local de embarcações e aeronaves. O objetivo era a proteção de uma área marítima reconhecida como berçário da espécie de baleia com risco de extinção.

A área tem 156 mil hectares e 130 quilômetros de costa marítima e abrange dez municípios: Içara, Florianópolis, Garopaba, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Palhoça, Paulo Lopes, Tubarão e Balneário Rincão. A reserva tem 77% de sua área de proteção em espaço oceânico. O município de Laguna tem 11% de sua área abrangida pela APA, enquanto que Jaguaruna tem pouco mais de 7%. Os demais municípios têm pequenas áreas nos domínios da APA.

Impasse e comunidades ameaçadas

A cada cinco anos, foi prevista a revisão do Plano de Manejo da APA. Desde 2024 o assunto suscita debates também no Congresso. Em Santa Catarina, a regularização fundiária está no foco das atenções de órgãos que ligados à União, como o Ministério Público Federal, a Advocacia Geral da União e o ICMBio, autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), bem como o Ministério Público de Santa Catarina e o Conselho Gestor da APA da Baleia Franca, além de prefeituras da área de sua abrangência.

A conciliação de interesses da população com essas instituições por meio da Reurb é solução para resolver a regularização de propriedades de moradores de áreas abrangidas pela APA. Muitos têm casas ameaçadas por demolição e sofrem cortes de serviços, como o fornecimento de energia elétrica.

Entre as comunidades ameaçadas estão as do Farol de Santa Marta, em Laguna, e do Camacho, Campo Bom e Balneário Esplanada, em Jaguaruna. O presidente da Comissão Mista, em sua fala de encerramento dos trabalhos, pregou o "respeito ao ser humano", lembrando que entre os que precisam regularizar títulos de terra estão moradores com 60, até 80 anos de presença nas localidades. "Eles têm direito a garantir o seu pedaço de chão e um pequeno teto", disse Volnei Weber.

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