Vinicius Serafim Oliveira, de 12 anos, acompanhou o goleiro Gustavo na ação realizada pela Torcida Autistas Carvoeiros que sensibilizou o público no estádio
“Foi uma experiência fantástica”, diz o morador de Jaguaruna Jorge de Oliveira, ao ver o filho Vinícius Serafim Oliveira, de 12 anos, entrar em campo junto com os jogadores do Criciúma, no estádio Heriberto Hülse, neste fim de semana.
Vinícius foi diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA) não verbal suporte 3 e necessita de cuidados especiais. Ele acompanha o pai e amigos em jogos do Criciúma com certa frequência e recebeu o convite para participar de uma ação realizada pela Torcida Autistas Carvoeiros e pelo Criciúma Esporte Clube, que segue o lema “Jogamos Juntos o Mesmo Jogo”.
O objetivo era trazer conscientização e dar visibilidade às necessidades das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para isso, 16 crianças autistas entraram em campo com os jogadores do Criciúma Esporte Clube neste domingo, dia 9, no jogo diante do Cuiabá. A partida foi válida pela 6ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.
"O nosso principal objetivo é que, em um futuro próximo, pessoas com TEA possam ter acesso a uma sala adaptada no estádio Heriberto Hülse para verem os jogos. Isso, porque a hipersensibilidade auditiva e de outros sentidos podem desencadear extremo desconforto físico e emocional nos autistas, devido à dificuldade no processamento sensorial que grande parte das pessoas com TEA apresentam”, explica o fundador da Torcida Autistas Carvoeiros, Felipe Liprandi Minatto.
O pai de Vinícius acompanha o trabalho do fundador da Torcida Autistas Carvoeiros e levou o filho de 12 anos e a filha mais nova, de 7 anos, que acompanhou o irmão autista para passar segurança durante a ação. “Minha filha mais nova entrou com ele e foi uma experiência fantástica. As torcidas organizadas respeitaram o momento e reduziram os barulhos, foi maravilhoso e mostrou que o autista pode estar onde ele quiser”, destaca Jorge de Oliveira.
“A felicidade no olhar do Vinícius fala por todos nós “Eu Existo”. O grande desafio de um autista é ser inserido na sociedade do jeitinho deles com todas as suas dificuldades na área social e sensorial. Gratidão a todos em especial ao fundador da torcida e ao nosso querido primo João Neto, que não mediram esforços para tudo dar certo. Nosso eterno carinho aos jogadores do Criciúma, funcionários deste clube que amamos tanto, pelo cuidado com nossas crianças que se sentiram tão acolhidas, e nossa admiração só aumenta!”, comentou Renata Serafim, mãe de Vinícius, que também acompanhou o jogo e a ação inclusiva.
Sem barulho na entrada
As torcidas Os Tigres e Guerrilha Jovem participaram da ação e, por isso, na entrada dos jogadores, não houve nenhum tipo de barulho de instrumentos ou músicas. Além disso, para que os torcedores também pudessem contribuir e ajudar as crianças autistas, o pedido foi para que quem estivesse nas arquibancadas não batesse palmas ou produzisse qualquer forma de barulho no momento.