Duas Promotorias de Justiça da Capital apuram violência dentro e fora do estádio da Ressacada e suspeita de crime de racismo decorrente de suposta xenofobia contra torcedores durante partida da Série B
Divulgação/Folha Regional O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) está apurando os episódios de briga entre as torcidas do Avaí e do clube do Remo, do Pará, ocorridos no sábado, dia 15, dentro e fora do estádio da Ressacada, em Florianópolis, em jogo pela Série B do Campeonato Brasileiro, e também um possível crime de racismo decorrente de suposta xenofobia por uma torcedora do Avaí contra torcedores do Remo durante a mesma partida.
São duas apurações conduzidas por duas Promotorias de Justiça do MPSC na Capital: a 29ª Promotoria de Justiça apura as brigas entre torcedores dos dois times e a 40ª Promotoria de Justiça apura a suspeita de crime de racismo decorrente de suposta xenofobia por uma torcedora do Avaí contra torcedores do Remo.
A 29ª Promotoria de Justiça da Capital, com atuação na área do consumidor, instaurou um procedimento administrativo relativo às brigas entre as torcidas que ocorreram dentro e fora do estádio, por determinação da Promotora de Justiça Priscila Teixeira Colombo.
Segundo a Promotora de Justiça, foram expedidos ofícios pela 29ª PJ à Polícia Militar para que preste esclarecimentos sobre os fatos, inclusive sobre a eventual identificação dos torcedores envolvidos. Ela também determinou a notificação da torcida organizada Mancha Azul, do Avaí, para que preste informações e manifeste-se sobre o episódio.
O outro procedimento investigatório do MPSC é da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, que reúne a atribuição de enfrentamento ao racismo em todo o Estado de Santa Catarina.
De acordo com o Promotor de Justiça titular da 40ª PJ, Jádel da Silva Júnior, com base nas informações divulgadas em veículos de comunicação, haverá um procedimento para apurar possível crime de racismo decorrente de suposta xenofobia por uma torcedora durante a partida de sábado contra torcedores do Remo.
O procedimento da 40ª PJ buscará identificar e qualificar a torcedora e também ouvi-la. Além disso, ressalta o Promotor de Justiça, o MPSC também irá verificar quais medidas serão tomadas pela direção do Avaí sobre os fatos e, ao final do procedimento, poderão ser identificadas algumas ações que possam ser recomendadas ao clube para prevenir e reprimir situações como essas.
Torcedora suspensa
O Avaí identificou e suspendeu temporariamente a torcedora que foi flagrada cometendo injúria racial e xenofobia contra apoiadores do Remo durante partida no sábado, pela penúltima rodada da Série B.
Por meio de nota, a defesa da torcedora afirmou que “diversos conflitos paralelos” que ocorreram dentro do estádio “geraram um ambiente de tensão que alterou o estado emocional de muitos torcedores, incluindo ela”. Além disso, a ação do clube faz parte do procedimento interno definido pela diretoria, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório. Após o prazo estabelecido, existe a possibilidade de exclusão do quadro de associados.
O clube afirmou estar colaborando com as autoridades e repassando todas as informações solicitadas.