Engenheiro agrônomo, Dirceu Sebastião Rodrigues deixou a Secretaria de Agricultura para ser candidato; conquistou mais de 700 votos
Em sua primeira eleição municipal como candidato, o engenheiro agrônomo Dirceu Sebastião Rodrigues (Podemos), 40 anos, conseguiu a façanha de ser o vereador mais votado de Jaguaruna.
Foram 722 votos no total. Além dele, o partido do prefeito reeleito, Laerte Silva, e seu vice Henrique Fontana elegeu outros dois vereadores, reforçando a base de apoio do governo na próxima formação da Câmara.
Mesmo com pouca experiência em eleição, Dirceu se lembra das conversas ainda na campanha, quando algumas pessoas lhe diziam que seria bem votado. “Como a gente estava por dentro, fica meio vendado. E eu ficava contente quando eu escutava gente de fora dizendo que ia ser bem votado. Isso me dava um pouquinho mais de gás para trabalhar”, diz.
Dirceu conta que nunca foi de se envolver diretamente na política; preferia observar a movimentação dos grupos que polarizavam a disputa na cidade. Ainda assim, por volta de 2007 se filiou ao PP. Até que, anos depois, foi surpreendido com o convite do prefeito Laerte Silva para ser o secretário de Agricultura de Jaguaruna.
Dirceu ficou com receio se conseguiria conciliar a vida pública com seu trabalho na iniciativa privada, mas encarou o desafio e acabou se tornando um dos únicos secretários a compor o atual governo desde o começo.
Neste ano, iniciadas as conversas para as eleições, Dirceu foi convidado a ser candidato. A princípio, esquivou-se; disse que preferia apoiar outro nome. Mas, sendo secretário, o grupo viu por bem que fosse ele o candidato. Estava aí um novo desafio para Dirceu. Mesmo com um pouco de resistência da família no início, filiou-se ao Podemos e deu início à sua primeira campanha como candidato.
“Meio sem experiência, mas eu tinha muita amizade com o pessoal. E na pasta da Agricultura a gente conhece todo mundo, anda por tudo. Só não levei voto numa urna no município inteiro”, afirma, reconhecendo que o período à frente da secretaria ajudou a impulsionar a sua candidatura.
Dirceu destaca os investimentos feitos pela atual gestão no setor, que responde a 33% da economia de Jaguaruna. Segundo ele, foram R$ 2,5 milhões só na compra de equipamentos. “Antes não tinha esse investimento. Era muito pouco. Criamos também programas. E aí, graças a Deus, o resultado veio”, avalia o novo vereador.
Infraestrutura e questões ambientais na Câmara
A partir do próximo ano, Dirceu, que até então já estava habituado à função no Executivo, passa a atuar na Câmara, a qual acompanhava com frequência em seus primeiros anos como secretário, mas acabou se afastando pelas críticas da oposição ao governo. Como vereador, ele pretende priorizar a infraestrutura e os gargalos impostos pelas regras ambientais, sobretudo a APA da Baleia Franca.
“Vamos buscar desburocratizar e mudar algumas leis, para facilitar para o morador, para o empresário conseguir regularizar um lote, um empreendedor que quer fazer um investimento no município, um loteamento, um condomínio”, planeja.
Engenheiro agrônomo, ele aponta o assoreamento do Rio Urussanga e do Rio Riachinho como entrave ao agronegócio. No caso do Rio Urussanga, que corta 11 municípios, e cuja dragagem seria muito mais cara, pelo menos R$ 118 milhões, Dirceu defende que de início se fizesse o desassoreamento na região de Jaguaruna.
Cita também alguns projetos de mobilidade urbana do município, como o segundo acesso e uma rodovia ligando os balneários, para os quais pretende buscar recursos em outras esferas, o que inclui parlamentares de outros partidos também.
Na Câmara, com quatro vereadores na situação (três do Podemos e um do NOVO), Dirceu aposta em uma boa convivência entre Legislativo e Executivo. “Não pode ter picuinha. Algumas pessoas tentaram se reeleger e não conseguiram. Quando o Laerte se elegeu há quatro anos, só tinha um vereador do lado. Hoje tem quatro. Acho que esse mandato vai ser bem mais harmonioso”, comenta.
E se surgir um convite para retornar à Secretaria de Agricultura na próxima gestão? Dirceu garante que já tem a questão resolvida. “Eu fiquei três anos e quatro meses lá dentro. Passei o bastão. Não adianta me eleger vereador e voltar para a secretaria. Eu não volto mais”, diz.