Parelha João Paulo II, do Campo Bom, e Moderna II, do Camacho, levaram prêmio de maior quantidade de tainha pescada durante a safra. Evento reuniu pescadores de todo o litoral
Duas parelhas de Jaguaruna se destacaram em evento de encerramento da safra da tainha 2023. No último fim de semana, a Parelha João Paulo II, do Campo Bom, e a Parelha Moderna II, de Balneário Camacho, levaram o título de campeões na categoria canoa motorizada com mais tainhas pescadas durante a safra no litoral sul, de Imbituba a Passo de Torres. Ambos pescaram cerca de 10,5 toneladas de tainha neste ano.
O evento realizado pela Informações da Pesca (IDP) e Associação Social Cultural Artesanal de Pescadores do Campeche (ASCAPC) reuniu cerca de 750 pessoas neste fim de semana na Associação Canto do Rio, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis.
Pescadores de todo o litoral brasileiro participaram do evento. O secretário Executivo de Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo, também marcou presença e foi homenageado no local.
Segundo o responsável pelo IDP, Marcelo Alcioni, a premiação ocorre há cinco anos como forma de incentivar a pesca artesanal no Estado e fortalecer a tradição do arrasto de praia.
O pescador Joel Nascimento Santana, de 47 anos, proprietário da parelha João Paulo II, afirma que receber o prêmio foi satisfatório e motivador. O morador do Balneário Campo Bom, em Jaguaruna, conta que a pesca artesanal faz parte do seu dia a dia desde a infância. Para ele, a safra deste ano foi positiva e pretende dar continuidade a esta tradição.
“Fiquei muito contente. É como se fosse um título pra gente e nos incentiva a cada ano melhorar. Esse ano o ciclone acabou levando o peixe, mas no final da safra ainda conseguimos ter dias de bons lanços”, comenta.
Tradição mantida entre gerações
A tradição da pesca também é mantida pela família Ramos, de Balneário Camacho. Tiago Pepleer Ramos, de 36 anos, auxiliou a mãe Maria Eliza Pepleer Ramos, nesta safra a seguir a atividade com a Parelha Moderna II.
Há cerca de dois anos, seu João, pai de Tiago, que era o proprietário da Parelha, faleceu. Após a perda trágica, dona Maria Eliza, que também é pescadora, conta com a ajuda do filho para manter o legado construído pelo marido.
Tiago conta que a pesca iniciou com seu avô, que ensinou seu pai, que também repassou os ensinamentos sobre a arte da pesca para ele e assim continuam na atividade.
“Trabalhei até meus 20 anos na pesca com meu pai e fui para outra profissão. Agora consegui uns dias de férias e vim ajudar a mãe na safra da tainha. Nesses últimos dias conseguimos fazer uma boa pesca”, diz.
Ele destaca que são cerca de 18 homens que trabalham junto na parelha durante a safra da tainha, que garante a renda dos próximos meses. “Vim ajudar a mãe para mantermos essa tradição e auxiliar esse pessoal. São 18 pais de família que tiram seu sustento da pesca.” Para a família, a premiação trouxe alegria e reconhecimento pelo esforço e dedicação de todos há gerações.