O Ministério da Saúde informou que subiu para 11 o número de casos confirmados de contaminação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas em todo o país
O Governo do Estado de Santa Catarina já mobilizou a rede assistencial e de vigilância para detecção precoce, manejo imediato e notificação obrigatória de casos suspeitos ou confirmados de intoxicação por metanol.
Mesmo sem Santa Catarina ter registrados casos ou suspeitas, a partir de uma determinação do governador Jorginho Mello, a Secretaria de Estado da Saúde reforçou protocolos de atendimento e disponibiliza o antídoto necessário para tratar o quadro.
O Ministério da Saúde atualizou para 11 o número de casos confirmados de contaminação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. De acordo com a pasta, há outras 48 notificações de casos suspeitos.
O balanço foi apresentado pelo ministro Alexandre Padilha, em entrevista à imprensa na Sala de Situação, instalada pelo governo para monitorar os casos e coordenar as medidas de resposta. Destes, 11 casos foram confirmados – todos em São Paulo. Entre os casos investigados, está o do rapper Hungria, no Distrito Federal.
Até o momento, uma morte, em São Paulo, foi confirmada como causada pela intoxicação e outras sete estão em investigação – cinco em SP (três na capital e dois em São Bernardo) e duas em Pernambuco.
“Não temos casos em Santa Catarina. De qualquer forma, já determinei o aumento na fiscalização e o antídoto disponível na nossa rede de imediato. Nós estamos fazendo contato com toda a rede de saúde para saberem do encaminhamento correto em caso de alguém intoxicado. Estamos com Saúde a postos, Procon atuando e Forças de Segurança, que podem investigar qualquer indício. Esperamos não precisar.”, destacou o governador Jorginho Mello, que se reuniu com Procon-SC, Polícia Civil, Imetro-SC e Secretaria da Saúde na última quinta-feira, 2, para tratar do reforço na atuação preventiva.
A Secretaria da Saúde reforça que o atendimento rápido é essencial para tratar a intoxicação. O protocolo reforçado prevê que, em casos de atendimentos com suspeita de intoxicação por metanol, o serviço de saúde deverá entrar em contato com o CIATox-SC por meio dos telefones: 0800 643 5252 (24h) e (48) 3721 9173. O objetivo é garantir o manejo adequado ao paciente.
Ao identificar um caso suspeito, é importante também guardar a embalagem da bebida, registrar o local de aquisição e identificar possíveis outras pessoas que possam ter consumido o produto que tem a suspeita de ter sido adulterado. Essas informações serão essenciais para identificar em que ponto da cadeia de produção pode ter ocorrido o crime de adulteração da bebida.
Fique atento aos sinais de alerta e procure assistência médica, em especial se estiver com visão turva:
Iniciais (até 6h): cefaléia, tontura, sonolência, náuseas, vômitos, dor abdominal, alterações visuais (visão turva, escotomas, fotofobia), quadro de “embriaguez atípica”.
Latência (12–24h): acidose metabólica progressiva; sintomas neurológicos e visuais podem se intensificar; coingestão de etanol pode retardar a evolução.
Graves: convulsões, coma, cegueira irreversível, acidose refratária, choque, insuficiência renal, pancreatite, arritmias e falência multissistêmica.
“Por determinação do governador Jorginho Mello organizamos toda a rede de saúde com orientações e definição de manejo clínico. Enviamos uma nota técnica aos municípios com todos os detalhes e se houver alguma suspeita de intoxicação estamos preparados para atender a nossa população, inclusive com agilidade na realização de exames e com antídoto disponível”, destaca o Secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
Há três anos o estado de Santa Catarina não registra nenhum óbito por ingestão de metanol. O último óbito por este tipo de intoxicação em Santa Catarina aconteceu em 2022 e não teve relação com o problema identificado em São Paulo. O óbito naquele ano foi causado pela ingestão de combustível.
Procon estadual orienta municípios
“Santa Catarina está preparada para enfrentar a crise do metanol nas bebidas! Todo caso suspeito será investigado”, disse a delegada Michele Alves, diretora do Procon/SC.
A Diretoria de Relações e Defesa do Consumidor realizou, nesta quinta-feira, 2, uma reunião com os Procons municipais de Santa Catarina para formalizar um Procedimento Operacional Padrão (POP) no combate a bebidas falsificadas. Com isso, o PROCON/SC busca padronizar a fiscalização de bares, supermercados e distribuidores de bebidas para evitar casos semelhantes no Estado.
“Todas as pessoas que comercializam produtos (alcoólicos) terão que comprovar a origem lícita. Estamos convidando os setores de entretenimento, distribuidores e associações de supermercados para facilitar o acesso às notas de origem, a redobrar a atenção na aquisição desses produtos e para evitar a compra de produtos suspeitos”, explica Michele.