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COTIDIANO

Vazio sanitário do maracujá inicia em 1º de julho em SC; Cidasc alerta para combate à doença

A ação tem por finalidade combater a virose que provoca o endurecimento dos frutos

23/06/2024 17h20 | Atualizada em 24/06/2024 13h11 | Por: Redação Folha Regional

Entre o  dia 1° de julho e 30 de agosto estará em vigor em Santa Catarina o Vazio Sanitário do Maracujá, que consiste na eliminação de todas as plantas de Passiflora edulis dos pomares. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) fará a fiscalização do cumprimento da Portaria SAR nº 17/2022, de 15 de março de  2022, que tem por finalidade combater a virose que provoca o endurecimento dos frutos, causada por Cowpea aphid-borne mosaic vírus (CABMV). 

Neste sentido, os produtores devem eliminar todas as plantas de acordo com o calendário definido pela companhia.

Os engenheiros agrônomos da Cidasc de Tubarão, Matheus Mazon Fraga e Ricardo Miotto Ternus, explicam que a doença é disseminada por pulgões que sujam a planta fazendo que a mesma produza frutos mais duros, deformados, sem brilho e com menos polpa, ou seja, sem nenhum valor comercial. Além disso, como a transmissão é muito rápida, para controlar a proliferação do vírus os pomares devem ser eliminados todos os anos, atendendo ao vazio sanitário.

O vazio sanitário do maracujá foi estabelecido em Santa Catarina pela Portaria 17/2022 da Secretaria de Estado da Agricultura. Em 2024, ele inicia em de 1º de julho a 19 de agosto, com períodos específicos para cada região produtora. 

Confira o calendário:

a)    1º de julho a 30 de julho: Araquari, Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Balneário Gaivota, Barra Velha, Corupá, Criciúma, Ermo, Forquilhinha, Garuva, Guaramirim, Içara, Itapoá, Jacinto Machado, Jaraguá do Sul, Joinville, Maracajá, Massaranduba, Meleiro, Morro Grande, Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú, São João do Sul, Schroeder, Sombrio, Timbé do Sul, Turvo;

b)    11 de julho a 9 de agosto: Ascurra, Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Benedito Novo, Biguaçu, Blumenau, Bombinhas, Brusque, Camboriú, Campo Alegre, Canelinha, Capivari de Baixo, Cocal do Sul, Doutor Pedrinho, Florianópolis, Garopaba, Gaspar, Governador Celso Ramos, Guabiruba, Ilhota, Imaruí, Imbituba, Indaial, Itajaí, Itapema, Jaguaruna, Laguna, Luiz Alves, Morro da Fumaça, Navegantes, Nova Veneza, Palhoça, Paulo Lopes, Penha, Pomerode, Porto Belo, Rio dos Cedros, Rio Negrinho, Rodeio, Sangão, São Bento do Sul, São José, Siderópolis, Tijucas, Timbó; 

c)    21 de julho a 19 de agosto: Demais municípios do estado.

Durante estes períodos é proibido cultivar ou implantar pomares de maracujá-azedo, manter ou permitir, em campo, a presença de plantas vivas em qualquer fase de desenvolvimento. A medida vale tanto para pomares comerciais quanto para cultivos caseiros ou urbanos. A produção de mudas é permitida neste período desde que atenda as exigências da Portaria SAR 17/2022.

O que é o endurecimento dos frutos?

O endurecimento dos frutos do maracujazeiro é a virose mais importante da cultura no Brasil, pelo seu alto potencial destrutivo e rápida disseminação.

A doença é causada pelo Cowpea aphidborne mosaic virus (CABMV), pertencente à família Potyviridae e do gênero Potyvirus. Além de espécies de Passiflora, esse vírus infecta também, espécies das famílias Fabaceae, Solanaceae, Chenopodiaceae, Amaranthaceae e Cucurbitaceae.

O vírus é transmitido por meio de inoculação mecânica (ferramentas de poda, por exemplo) ou por insetos vetores, as de espécies de pulgões Myzus persicae, Aphis gossypii, Aphis fabae, Aphis solanella, Toxoptera citricida, Uroleucon ambrosiae, Uroleuconam sonchi e Myzus nicotianae, durante as picadas de prova de alimentação, apesar do maracujazeiro não ser hospedeiro desses insetos.

Os sintomas da doença podem ser observados nas folhas e frutos, quando plantas infectadas têm seu crescimento retardado, com encurtamento de entrenós dos ramos e drástica redução da produção de frutos (perdas podem chegar a 60% da produção).

Os sintomas iniciais nas folhas novas alternam a coloração do limbo (superfície da folha) de verde escuro e verde claro, em forma de mosaico. Nas folhas mais velhas, há distorção do limbo, bolhosidades, rugosidades, e o mosaico apresenta alternâncias do verde com o amarelo. Já os frutos apresentam-se deformados, rugosos e redução de tamanho, além do endurecimento no albedo (parte branca interna da casca), que se torna espesso e com baixo rendimento de polpa, tornando-o impróprio para o comércio.

Folha Regional

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