Grupo realizou um dos primeiros cercos na manhã desta segunda-feira
As temperaturas baixaram e as tainhas já estão aparecendo nas redes dos pescadores. Na manhã desta segunda-feira, dia 12, um grupo de pescadores fez um dos primeiros cercos no Balneário Arroio Corrente, em Jaguaruna.
As redes foram puxadas por diversos pescadores que calculam a quantidade capturada.
Mais do que uma atividade econômica, a pesca da tainha é uma manifestação cultural que envolve práticas comunitárias, saberes tradicionais e cooperação entre gerações.
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Restrições
Pelo segundo ano consecutivo, no entanto, os pescadores artesanais enfrentam um limite para a captura imposto pelo governo Federal. A Portaria Interministerial MPA/MMA nº 26 estabelece uma cota de 1.100 toneladas para a pesca artesanal da tainha no Estado. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) protocolou na terça-feira, dia 29, uma nova ação, na Justiça Federal, para pedir a suspensão dos limites estabelecidos pelo governo federal.
“Santa Catarina não aceita calada a cota imposta pelo governo federal à pesca da tainha. Essa medida atinge diretamente a nossa cultura, a nossa economia e, acima de tudo, as famílias que vivem do mar há gerações. O Governo do Estado está agindo com força, cobrando respeito e justiça para os nossos pescadores. Vamos até o fim nessa luta”, garantiu Jorginho Mello.
O secretário da Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, Tiago Bolan Frigo, acrescentou que a pesca da tainha vai muito além da produção alimentar: é parte da identidade cultural catarinense. Segundo ele, o governo estadual buscou todas as possibilidades judiciais para tentar cancelar a cota estabelecida pela União, por entender que a medida prejudica diretamente milhares de famílias que dependem da atividade para sua subsistência.
“Santa Catarina tem uma relação histórica com a pesca da tainha, que representa não apenas uma tradição secular, mas uma importante fonte de renda para dezenas de comunidades litorâneas. A limitação imposta pelo governo federal prejudica exclusivamente os nossos pescadores de Santa Catarina. Agora a Procuradoria-Geral do Estado está buscando reverter a decisão na Justiça Federal catarinense”, afirmou o secretário.
Mesmo com as restrições, a expectativa é de uma temporada promissora e com a mobilização das colônias e associações de pesca em todo o estado.