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ESPORTE

Sem mobilidade nas pernas, morador de Jaguaruna supera limites por meio do esporte

Prática do jiu-jitsu trouxe benefícios e inclusão ao morador Roberto Ricardo Constante, que foi diagnosticado com paraplegia desde a infância

Jaguaruna, 06/07/2023 12h36 | Atualizada em 07/07/2023 08h42 | Por: Redação Folha Regional

“Ele treina todos os dias. É o primeiro a chegar e o último a sair”. A dedicação elogiada pelo professor de Jiu-Jitsu, o faixa preta Plínio Ceuz Schmitz, é de um aluno que vem se destacando há alguns meses na escola Gracie Barra de Jaguaruna. 

O professor está falando de Roberto Ricardo Constante, o Betão. Aos 38 anos, Roberto decidiu superar seus próprios limites e encarar o desafio de aprender e praticar a arte do Jiu-Jitsu. 

A prática esportiva sempre foi uma dificuldade para Roberto, que nasceu sem os movimentos da cintura para baixo. Para conseguir se movimentar, ele conta com o auxílio de muletas. 

Com a paraplegia, Roberto já passou por algumas situações que o limitaram e o esporte não fazia parte de sua rotina. O aposentado, atualmente mora com a mãe na localidade de Boa Vista, em Jaguaruna, e passava seus dias em casa até que recebeu um convite de um primo que mudou sua vida. “Um primo me convidou pra conhecer a escola e falou que seria uma coisa boa e aceitei”. Ele foi até a Gracie Barra, onde ocorrem as aulas de jiu-jitsu e defesa pessoal, e percebeu que poderia aderir ao esporte. Desde então, há quase seis meses, Roberto se dedica aos treinos quase que diariamente. 

Ele conta que tem aprendido os movimentos e também a cuidar melhor da saúde física e mental, além de fazer novas amizades.

“Estou gostando bastante. É um estilo de vida. Já mudei minha alimentação, e estou mudando meus hábitos. Todos me receberam de braços abertos”, comemora.

 “O maior desafio está no processo de não desistir. Sabemos que o maior desafio da Luta não está em vencer o nosso oponente, mas sim no propósito de vencer a si mesmo. Hoje o Roberto já se adaptou e treina em conjunto com os demais alunos”, conta o professor Plínio.

Ele explica que o propósito é fazer essa inclusão social e desenvolver as habilidades dos alunos. Os demais praticantes do esporte também conseguiram se adaptar e agora Roberto está sendo preparado para participar em breve de competições e será registrado na Federação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu, que tem o propósito de difundir a capacidade dos atletas com deficiência física, motora, visual e intelectual. 

 

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