Em meio à ameaça de paralisação de serviços por falta de recursos, o Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus Passos, em Laguna, recebeu uma manifestação de colaboradores e parceiros da instituição na manhã desta terça-feira, dia 4.

Os participantes promoveram um abraço simbólico no prédio do hospital, para destacar a necessidade de permanência da UTI e demais serviços. O ato também marcou os 168 anos da instituição, completados na segunda-feira, dia 3.

“Somos, sim, um hospital resolutivo. A gente não pode deixar que nosso hospital perca os serviços que hoje ele tem. Não podemos retornar ao que éramos no passado. A gente precisa lutar pra continuar prestando serviço de qualidade”, disse a diretora administrativa e financeira do hospital, Cheyenne de Andrade, durante o ato desta manhã.

Em nota divulgada semana passada, a direção do hospital informa que os valores de R$ 440.000, provenientes do Convênio da Política Hospitalar Catarinense de 2022, nos meses de novembro e dezembro, estavam atrasados. O pagamento de uma parcela foi efetuado no dia 9 de março, e a parcela faltante será paga na sequência, após utilização do recurso e análise da prestação de contas da parcela já quitada.

A PHC 2022 do hospital de Laguna é um convênio carimbado para uso exclusivo no pagamento de parte da folha de funcionários, no valor total de R$ 553.922,10. O hospital afirma que a PHC de 2023 terá recurso de R$ 328.250, mas ainda não foi assinada, fazendo com que a instituição não recebesse os recursos em janeiro, fevereiro e março. Em acordo com a Secretária de Estado da Saúde, o pagamento retroativo será repassado assim que o novo convênio for assinado.

“O convênio da PHC de 2023 inicialmente seria celebrado em 12 parcelas. Em 27 de fevereiro foi devolvido ao hospital pelo governo do Estado para readequação dos valores, que seriam reduzidos e passariam para seis parcelas. A adequação foi realizada pelo hospital no mesmo dia”, diz a nota. A Secretaria de Estado da Saúde confirma a previsão de seis parcelas de R$ 328,5 mil para o hospital neste ano dentro da PHC.

Em relação ao outro convênio, no valor de R$ 550.000 mensais, encerrado em dezembro, era destinado ao auxílio no custeio dos serviços hospitalares, possibilitando o pagamento da UTI e demais serviços complementares. No entanto, este convênio foi extinto e quitado; agora a instituição está em articulação para a sua renovação.

De acordo com a nota da direção, a receita mensal gira em torno de R$ 1.020.983,27, enquanto o custo mensal é de R$ 1.865.832, “tornando a saúde financeira da instituição deficitária após a perda dos recursos”. Em 29 de março, em uma reunião com o Ministério Público, o hospital alertou sobre “o risco de a unidade hospitalar cessar todas as suas atividades, não só a UTI, se os recursos não forem renovados”, conforme a nota.